Esqueça, pelo menos por enquanto, a rivalidade entre as fabricantes de veículos, no Brasil. O momento é de unir esforços. E a prova disso é a força-tarefas, em diversas frentes, contra a pandemia do coronavírus.
FCA
Com duas fábricas no país (Betim/MG e Goiana/PE), a Fiat Chrysler Automóveis auxiliou na instalação de dois hospitais de campanha. O de Minas Gerais fica dentro do Fiat Clube, área recreativa e esportiva da FCA. Ao todo, serão 397 leitos disponíveis para pacientes da Covid-19. Em Pernambuco, o hospital, com 100 leitos, ficará como um legado para a população local, após a pandemia.
O grupo colabora, ainda, com a produção de respiradores pulmonares, essenciais em casos mais graves da doença. Além disso, uma equipe ficou responsável por consertar os equipamentos que estavam fora de uso, na rede pública. “Estamos trabalhando em cooperação estreita e altamente positiva com todas as esferas governamentais, tendo como prioridade contribuir de forma efetiva nas áreas onde há maior necessidade. O momento pede união, e a FCA faz questão de se fazer presente e atuante”, afirma Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina.
Toyota
A montadora japonesa decidiu atuar em outra direção. Ela doou quatro Hilux, convertidas em ambulâncias, para o Estado de São Paulo. A empresa também se comprometeu a treinar equipes destinadas no reparo de respiradores artificiais, destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda neste caminho, a Fundação Toyota anunciou a entrega de 30 mil frascos de álcool em gel.
GM
Quem também abraçou a causa com vontade foi a Chevrolet. Em conjunto com o Ministério da Economia, SENAI, Abeclin (Associação Brasileira de Engenharia Clínica), as fábricas de Gravataí (RS), Joinville (SC), São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Indaiatuba (SP) receberam, até o momento, 91 respiradores. Destes, 37 já estão prontos para serem devolvidos aos hospitais de origem.
“Mais de 65 empregados voluntários estão envolvidos no processo e outros serão convidados a se juntar ao grupo conforme a demanda crescer”, destaca Carlos Sakuramoto, gerente de Inovação da GM.
Renault
Com a produção paralisada até o dia 14 de abril, a Renault irá utilizar parte da fábrica, de São José dos Pinhais-PR, no combate ao coronavírus. Todas as impressoras 3D do Creative Lab estão sendo utilizadas, 24 horas por dia, para produzirem máscaras. O material será todo doado às equipes de saúde.
Além disso, técnicos estão empenhados no conserto de respiradores mecânicos. A marca ainda emprestou 10 veículos para ajudar na logística da Defesa Civil.
VW
A Volkswagen do Brasil anunciou a doação de duas mil máscaras faciais PFF-2 (S) para as quatro cidades onde mantém operações fabris: São Bernardo do Campo/SP, Taubaté/SP, São Carlos/SP e São José dos Pinhais/PR.
As proteções são parte do estoque da companhia, usado na linha de produção. A doação está sendo realizada em cooperação com a Defesa Civil destas localidades.
O deslocamento de médicos e enfermeiros, bem como o transporte de medicamentos e equipamentos, estão sendo feitos com a ajuda de 100 veículos emprestados por tempo indeterminado.
Nessa luta, não importa se a montadora é alemã, americana, japonesa, italiana ou francesa. Muito menos o segmento de atuação. O foco, agora, é acelerar os esforços para frearmos, o quanto antes, o maior concorrente das nossas vidas, na atualidade, o coronavírus.