O impacto foi tão forte quanto uma batida a 100 km/h. De um dia para o outro, 126 concessionárias foram obrigadas a fecharem as portas fechadas, em todo o Distrito Federal. A suspensão total das atividades, publicada no Diário Oficial do DF, durou dois dias (sexta e sábado).
O Sincodiv (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal) agiu rápido. Em reunião com a Casa Civil, ele conseguiu mudar, pelo menos um pouco, a direção das coisas. Com uma série de exigências, o governo autorizou a reabertura das oficinas e dos departamentos administrativos, a partir do dia 23 de março. Entre as medidas de segurança estão o afastamento das mesas em, no mínimo, 1,5 metro umas das outras, além da higienização dos veículos, no momento do recebimento e, também, no da entrega ao cliente.
A venda de carros zero quilômetro e seminovos, no entanto, só deve ser retomada no dia 6 de abril. Isso em uma visão otimista, já que a Secretária de Saúde não descarta a possibilidade de estender a quarentena.
“A nossa preocupação, agora, é manter os negócios rodando para garantir a saúde financeira das empresas e, assim, evitar demissões. Apesar das dificuldades, temos a certeza de que tudo isso vai passar. Só não sabemos, ainda, quando ela irá passar”, afirma, otimista, o presidente do Sincodiv, Arcélio Júnior.
Efeitos colaterais
O fechamento, mesmo parcial, resulta em uma crise em cadeia. Apenas o setor automotivo, no Distrito Federal, emprega 7 mil pessoas diretamente e outras 28 mil, indiretamente. A economia também agradece. As concessionárias, no ano passado, foram responsáveis pela injeção de R$ 790 milhões em impostos nos cofres do GDF.
Com o faturamento e a saúde das pessoas em risco, algumas decisões tiveram que ser tomadas. Antes mesmo do fechamento do comércio, no dia 18 de março, o Sincodiv proibiu a realização de feirões. Eventos que geram grande aglomeração de pessoas. Agora, mais recentemente, um acordo entre a entidade e o SINDICOM (Sindicato dos Empregados no Comércio do DF) autorizou a antecipação de férias dos funcionários. O prazo, no entanto, ficou a cargo de cada lojista.
“Estamos todos sensíveis aos efeitos dessa crise e acredito que os maiores impactos serão sentidos até junho. No início do segundo semestre, devemos retomar o curso normal das vendas em virtude da demanda reprimida e do período, que historicamente apresenta resultados bastante significativos”, destaca o Diretor de Vendas do Grupo Tecar DF, Marcelo Castelo Branco.
Seguir as orientações dos órgãos competentes e, principalmente, lavar bem as mãos e ficar em casa é fundamental. Os efeitos de tudo que estamos vivendo serão extremamente negativos para a economia. Mas a nossa saúde precisa estar, sempre, em primeiro lugar, não é mesmo? A nós, motoristas ou não, só nos resta esperar e, claro, torcer para que tudo isso seja superado logo.