Quem achava que os carros só faltavam falar, não precisou esperar muito. Os sistemas de assistência veicular estão cada vez mais desenvolvidos. Com eles, o motorista pode solicitar tarefas como endereço, anotação de mensagens, verificação de combustível ou mapa do trajeto. O grande desafio das montadoras, no entanto, é desenvolver um assistente com características mais humanas, inclusive na voz, abandonando aquele tom robótico.
No Brasil, a Lia, assistente virtual com base em Inteligência Artificial (IA), nasceu com a missão de se tornar companhia nos trajetos dos motoristas. Mais humanizada, impossível. Desenvolvida para o mercado brasileiro, ela consegue baixar aplicativos diretamente do veículo, ela terá capacidade, até o fim deste ano, de identificar, pelo tom da voz, o humor do condutor. E o melhor: poderá oferecer uma música ou simplesmente “conversar” para tornar o trajeto mais divertido, menos monótono. No futuro, será possível, inclusive, contar piadas.
Para isso, é preciso que o proprietário, ao comprar o veículo, cadastre diversos tons de voz, preferências musicais e outros detalhes que constam em um formulário. “O brasileiro é mais caloroso, usa diversas gírias, tem sotaque diferente, dependendo da região. A Lia é mais coloquial”,explica o CEO da LogiGo, empresa desenvolvedora da plataforma, Antônio Azevedo. Ele ressalta que a principal qualidade da assistente é ter sido desenvolvida “no Brasil, para brasileiros.”
Além das atividades regulares, como comando de voz, a Lia — que virá instalada nos sistemas multimídias dos carros de uma montadora japonesa a partir de abril deste ano, fará atualizações on-line. Ela poderá ser integrada ao Waze, ao Spotfy, estações de rádio, canais de previsão do tempo e em breve terá a versão mobile. A empresa pretende oferecer a versão masculina da Lia. Para isso, está em busca de vozes de atores conhecidos no país.
Azevedo aponta que ao sistema é uma alternativa ao Car Play e ao Android Auto, com a vantagem de Lia ser uma função ligada ao processo automotivo, ao contrário dos sistemas híbridos, que necessitam de um sinal externo de acesso à intenet. O CEO acredita que os carros conectados são o futuro da indústria automobilística, como os motores “verdes”. Quanto à segurança dos dados, ele assegura que são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados.