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Versão de topo do sedã combina suspensão elevada e câmbio automático tipo CVT. Modelo ganhou reestilização discretíssima, mas será que ainda é páreo para os últimos lançamentos?

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A linha 2020 do Renault Logan foi lançada em julho com uma reestilização muito discreta, que deve alongar a vida desta segunda geração até o fim de 2021 ou início de 2022. Se não há muita novidade por fora, o conjunto mecânico trocou o deficiente câmbio automatizado de uma embreagem (Easy;R) por um automático do tipo CVT. Curiosamente, e talvez alguém encontre alguma relação para isso, as versões do sedã equipadas com câmbio CVT trazem também suspensão elevada. Para ver tudo o que o modelo pode render, testamos a versão topo de linha Iconic 1.6 CVT.

As novas luzes de rodagem diurna, o para-choque dianteiro e as rodas de liga leve de 16 polegadas pouco efeito fizeram no visual do Logan. Se em 2014 as linhas da segunda geração do sedã aliviaram sua fama de ;patinho feio;, permanecer quase inalterado nesta reestilização deixa o modelo muito exposto justamente no momento em que a concorrência se renovou substancialmente (vide Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S). Visualmente, a suspensão elevada deixou o sedã com aparência muito estranha, efeito que as molduras plásticas das caixas de roda não conseguem amenizar.


A bordo
O interior permanece igual. Nesta versão topo de linha, o painel em plástico de diferentes texturas contrasta com bancos revestidos em couro, presente também em apliques nos painéis de porta e no volante. Para tentar ficar descolada, a versão aventureira também traz revestimento do teto e das colunas em preto, mas não alcança o mesmo efeito de quando é aplicado em hatches, talvez porque a ideia de um sedã aventureiro realmente não ;cole;. Para ficar mais rico e se aproximar dos compactos premium, falta ali um console central mais imponente, com descanso de braço e tudo.
O Logan ainda se destaca quanto ao espaço interno. São 2,63 metros de distância entre-eixos que proporcionam bom espaço também para os passageiros de trás e a bagagem. Como o túnel do assoalho é baixo e largo, garante apoio razoável para os pés do passageiro central, resultando em relativo conforto. O porta-malas tem volume de 510 litros e ainda guarda o estepe (de uso temporário), mas falta carpete em uma parte para melhorar o acabamento. Ainda que haja espaço e elementos que tentam deixar o acabamento melhor, ao manusear o veículo fica nítida a falta de isolamentos acústicos, capricho que costuma ficar invisível em outros modelos.

Rodando
Em geral, o desempenho do Logan é satisfatório. No trânsito lento da cidade, o veículo logo entra no ritmo e segue com as rotações mais baixas. Na estrada, as retomadas de velocidade são graduais, mas o sedã consegue manter uma boa performance. Mérito da gestão do câmbio CVT ; capaz de simular seis marchas, com trocas manuais pela alavanca ;, que responde rapidamente às necessidades, mantendo as rotações do motor mais altas para vencer subidas ou realizar ultrapassagens. Em compensação, o consumo de combustível é elevado em relação ao que se espera de um veículo com motor 1.6 e transmissão CVT.

Apesar de deixar o Logan esquisito, a suspensão elevada em quatro centímetros traz toda a conveniência de transpor os obstáculos urbanos (quebra-molas, rampas, calçadas altas, buracos) sem maiores consequências. Sobre piso irregular, as suspensões proporcionam conforto aos ocupantes, e sem deixar de oferecer confiança nas curvas (sem excessos). Já a direção com assistência eletro-hidráulica é muito pesada durante as manobras, tornando a experiência ao volante um desprazer.

Concorrentes ameaçam

A versão Iconic é a mais completa, destacando-se por trazer ainda airbags frontais e laterais, controle de estabilidade, ar-condicionado digital, faróis de neblina, faróis automáticos, assistente de partida em rampa, sensor de chuva e sistema multimídia. Porém, seu preço não está muito distante das versões de topo dos demais sedãs compactos, que evoluíram em um ritmo bem maior. O próprio espaço interno, seu principal argumento, já conseguiu ser alcançado por alguns concorrentes. Ainda que com alguns enfeites, o projeto simples e o design defasado do Logan só foram interessantes enquanto seu preço era bem mais baixo. Um Logan de R$ 70 mil não faz o menor sentido.

Concorrentes
Os adversários mais novos são Chevrolet Onix Plus Premier 1.0 turbo (R$ 73.190) ; que traz seis airbags, controles de tração e estabilidade, rodas de 16 polegadas, chave presencial ; e Hyundai HB20S Evolution 1.0 turbo (por R$ 71.790) ; com rodas de 15 polegadas, airbag duplo, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ar-condicionado digital e central multimídia com tela de oito polegadas. Com preços nivelados e mais conteúdo, esses modelos ainda trazem motor 1.0 turbo, que oferece desempenho superior e consumo mais baixo de combustível.

Porém, os concorrentes com conjunto mecânico semelhante ao Logan são outros. O que se destaca pelo preço baixo é o VW Voyage 1.6 AT (R$ 63.870), mas com um pacote de conteúdo bem inferior aos demais. Já o Nissan Versa SL 1.6 é o único concorrente com câmbio CVT, porém, é menos equipado que o Logan e ainda é um pouco mais caro. O Ford Ka Sedan 1.5 Titanium (R$ 73.290) leva a mais chave presencial e controle de tração, enquanto o Fiat Cronos Precision 1.8 AT (R$ 75.490) fica devendo bancos revestidos em couro e airbags laterais.