Jornal Correio Braziliense

Turismo

Prevenção é o melhor remédio

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Manter hábitos saudáveis é sempre o caminho mais seguro a seguir, mas há regrinhas simples que devem ser adotadas quando nas alturas. Boa parte dos problemas ocorre pela exposição a diferentes condições de pressão experimentadas em solo e no ar. As cabines dos aviões são pressurizadas a cerca de 1,8 a 2,4 mil metros, mesmo que esteja voando em altitudes bem maiores. Nessas condições, o ar se torna rarefeito e alguns sintomas começam a aparecer.

Fabrício da Silva, médico cardiologista do Hospital do Coração da Rede D;Ór São Luiz, diz que pacientes hipertensos ou diagnosticados com algum problema cardíaco e vascular, além dos grupos de maior vulnerabilidade, como idosos e obesos devem observar uma série de práticas a fim de se resguardar. ;Para transtornos trombóticos, o maior risco é a hipomobilidade, ficar sentado por horas e horas no avião. O indicado é que a cada uma hora e meia a duas horas, o viajante se levante e caminhe. Uma ida ao banheiro já é o suficiente;, explica.

Para as doenças cardíacas, o fator de maior relevância dentro de uma aeronave é a oferta de oxigênio, que se torna menor em grandes altitudes. ;Além de seguir o contínuo uso do seu medicamento, um paciente com aterosclerose ou insuficiência cardíaca, dois grupos mais comuns de doenças do coração, que estejam em grau mais agravado não são indicados a viajar de avião até que seu quadro esteja estabilizado. O mesmo vale para quem não é diagnosticado, mas que esteja sentindo angina (pressão ou dor no peito) ou falta de ar constante;, aconselha Fabrício.

A automedicação é uma prática que deve ser abolida não só em voos, mas sempre. ;O uso de calmantes e indutores de sono não é indicado, assim como aumentar a dosagem do seu medicamento de uso contínuo. Os efeitos colaterais podem comprometer a saúde e o bem-estar do paciente. Qualquer ministração de medicamentos deve ser feita por um médico. O indicado é que o paciente medicado, sobretudo com os anticoagulantes, não protele o uso de seu remédio, ele deve ser tomado no horário;, esclarece o doutor.


As viagens aéreas não impactam no uso de equipamento de marcapasso, elas só devem ser evitadas durante o período de pós-operatório. ;Exceto em casos de urgência, os voos comerciais carecem de prazo médio de 30 dias após a instalação do marcapasso. Este tempo também deve ser estendido a todos que se submeteram a uma a cirurgia cardíaca, podendo ser alterado pelo médico após avaliação clínica;.

É importante acompanhar sua saúde constantemente com um profissional da área. ;Idosos que não apresentam o diagnóstico de nenhuma doença cardíaca ou vascular, basta visitar um médico anualmente. Aqueles que já sofreram um infarto ou tenham o diagnóstico de alguma enfermidade, é bom que vá a cada três ou quatro meses;, diz Fabrício.

;O mais importante é a mobilidade e a atenção ao uso dos medicamentos prescritos. Se o voo for noturno, programe seu alarme para a cada duas horas e caminhe um pouco, sobretudo nos voos comerciais, onde o paciente encontra-se sentado e com as pernas para baixo, dificultando a circulação sanguínea. Outro ponto é não ignorar os sinais de seu corpo, sentir dor no peito, em especial do lado esquerdo e sentir falta de ar nos exercícios do cotidiano, como lavar louça podem ser um indicativo de doença cardiovascular e precisa ser acompanhado por um médico;, afirma Fabrício.

Outras práticas simples também podem ser levadas em consideração para aumentar a segurança e o conforto, como recomenda Fabrício. ;Para os pacientes com insuficiência cardíaca, eu aconselho que use o carrinho de malas no aeroporto para não carregar peso desnecessariamente. Também é legal programar o seu tempo com cautela, chegar com uma margem de segurança ao aeroporto, para não precisar se apressar e correr. Essas pequenas atitudes fazem parte do planejamento e são um diferencial para a saúde e bem-estar;, conclui. (EM)