Para Gil Morato, gestor hoteleiro e instrutor do curso de turismo, hospitalidade e eventos do Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), de Goiânia, ;o turismo como um todo tem um aspecto amalgamado com a cultura de um povo e de um lugar;. Entretanto, ele explica que, aos prestadores de serviço, é indispensável a neutralidade e a adaptação a estas questões culturais. ;O profissional precisa ser condicionado a lidar com o mais diverso tipo de público, a entender as variadas demandas e cumpri-las. Por exemplo, em um único evento recebemos gente de Norte a Sul do país. Caso um gaúcho peça um ;cacetinho; e uma pessoa de qualquer outra localidade peça um ;pão francês;, o atendente deve compreender a demanda e resolvê-la sem grandes impactos;, diz.
O Brasil se mantém no radar como um bom destino a ser visitado. Segundo o Ministério do Turismo, entre 2017 e 2018, o país registrou aumento de mais de um milhão de desembarques internacionais. Portanto, investir na melhoria da hospitalidade é uma vantagem percebida imediatamente. ;O mercado está em expansão e, se todos trabalhássemos da maneira correta, poderia ser uma potência inigualável. Nós, do Senac, prezamos por uma marca formativa. As pessoas têm de bater o olho e saber que aquele profissional é formado pela nossa escola, porque, de modo geral, temos um mercado bastante leigo e uma demanda reprimida de profissionais bem treinados, com bases sólidas para atuarem da maneira mais perfeita possível;, afirma o instrutor.
Parte do Sistema S, o Senac oferece cursos com valores reduzidos em relação aos praticados pelas demais instituições de ensino. A unidade Cora Coralina, localizada em Goiânia, tem formações de nível técnico, superior e pós voltadas ao turismo. Fabrício Pessoa, gerente educacional do Senac Goiânia, explica que, além da educação tradicional, há personalização de cursos. ;Temos cursos de gastronomia, de hoteleira e para camareiras, temos a parte de idiomas para turismo, técnicas para garçons e atendimento. A variedade é gigantesca. Mas também fazemos consultorias em estabelecimentos e personalizamos um curso de acordo com as necessidades daquele cliente. Esta parte é muito demandada, pois fazemos um diagnóstico, treinamos o pessoal e passamos a monitorar e acompanhar os resultados após a aplicação das técnicas;, esclarece.
A formação de uma cadeia de colaboradores bem capacitados é a chave para que o empreendimento seja bem-avaliado e fidelize o cliente. ;É importante que, mesmo aqueles profissionais que, nas suas obrigações costumeiras, não precisem lidar com público, tenham preparação para isso. Em uma eventualidade, pode ocorrer de uma pessoa pedir para conhecer o cozinheiro, por exemplo. Se todos fazem parte da empresa, todos precisam saber vender uma boa imagem daquela instituição;, elucida Fabrício.
Além das técnicas de receptividade, o Senac se preocupa com a formação do capital humano de seus alunos. O gerente Fabrício diz que este é um ponto que diferencia a formação da instituição. ;Nós formamos muito mais que um mero profissional, mas também um cidadão. Os estabelecimentos notam a diferença dos nossos alunos diretamente nos atendimentos efetuados, tanto nos feedbacks recebidos pelos clientes, quanto no regresso deles. Precisamos nos atentar a essas características, não apenas no lado técnico da profissão;, alerta.