O exílio foi uma oportunidade de descoberta para Miguel de Unamuno. Isolado em Fuerteventura em represália às suas posições políticas e críticas à ditadura de Primo de Rivera, na Espanha, o escritor e professor da Universidade de Salamanca se apaixonou pela ilha, do arquipélago das Canárias, e mostrou ao mundo a beleza calma e a paisagem lunar do local onde viveu por quatro meses.
Ele foi pioneiro numa época em que o turismo estava fugindo do sol para lotar spas no norte ou para as compras e a vida cultural das grandes capitais da Europa. O tempo deu razão a Miguel, porque, hoje, Forteventura se tornou um destino apreciado por aqueles que fogem da superlotação e querem aproveitar o clima e as paisagens para relaxar ou para praticar esportes ao ar livre.
A segunda maior ilha das Canárias é mundialmente conhecida pelas suas praias. São 150 quilômetros de litoral. No entanto, os atrativos para o viajante são incontáveis. As praias são acompanhadas por propostas interessantes para o turismo ativo, tanto no mar quanto na montanha, além de uma oferta cultural única e, claro, da cozinha local. Essas são apenas algumas das opções. Há muito mais.
Caminhada
A ilha, que é geologicamente uma das mais antigas do arquipélago das Canárias, oferece centenas de quilômetros de trilhas de todos os tipos, curtas ou longas, difíceis ou fáceis, para todas as idades, que marcam sua paisagem lunar construída por antigos vulcões. Seus caminhos são perfeitos para caminhadas e ;solidão; com a companhia da natureza. A trilha conhecida como GR 131 é a maior da ilha. São 255 quilômetros, cobrindo todo o território, e pode ser percorrida em vários dias. Consulte http://visitfuerteventura.es/wp/wp-content/uploads/topoguia-fv-red-de-senderos-Gr131.pdf.
Mas existem muitas outras opções, com algumas horas de percurso ou um dia de duração, como o pequeno passeio de Calderón Hondo-Lajares, perto de El Cotillo, onde é possível subir até a ponta de um antigo vulcão, e, nos dias claros, pode ser vislumbrada a ilha de Lanzarote. Ou o tour de Tindaya-Vallebrón, sempre com a visão do Tindaya ao fundo. Este monólito, que os antigos Guanches consideravam mágico, e onde os restos pré-históricos são preservados, não pode ser escalado no momento, pois é necessário subir com guias oficiais, um serviço interrompido por enquanto.
Praticamente toda a ilha está cheia de rotas. Para acessá-las, é necessário viajar de carro, que pode ser alugado. Algumas empresas locais também oferecem serviço de trilhas a pé com guias: http://visitfuerteventura.es/deporte/senderismo/.
Ciclismo
Por seu clima ameno e as inúmeras possibilidades de trilhas, ciclistas amadores e profissionais podem desfrutar de grandes momentos em Forteventura. Praticamente em todas as cidades turísticas, é oferecido o aluguel de bicicletas comuns ou bicicletas de montanha durante dias ou horas. Além disso, algumas empresas oferecem visitas guiadas.
Na parte norte da ilha, fica o Parque Natural de Corralejo, uma grande área de dunas. O mar é simplesmente deslumbrante na região. Vale a pena fazer passeios nas areias e dar uma ou muitas paradas para mergulhar nas águas mornas e azuis do Oceano Atlântico. Uma oportunidade de aproveitar praias praticamente desertas e intocadas, oferecida em poucos destinos no mundo.
Algumas estradas possuem ciclovias, embora, em geral, o tráfego local seja bastante respeitoso com os ciclistas. A corrida geralmente não se aplica ao espírito da ilha, a vida segue tranquila nessa ilha de 1650 quilômetros quadrados e povoada apenas por 115.000 habitantes.
O valor do aluguel de bicicleta gira em torno de 12 euros por dia ou 25 euros por três dias. Bicicletas elétricas também são oferecidas nos principais pontos turísticos, tanto para desfrutar de ciclismo quanto para usar quando viajar para as praias. Visitas guiadas, em alguns casos, são pagas de acordo com a distância. As rotas de 50 quilômetros percorridos em mountain bike custam 35 euros e até 80 quilômetros são 50 euros. Pesquise s valores em www.holaislascanarias.com/ciclismo/fuerteventura/ ou https://vulcanbike.com/fuertetracks/.
A vez dos corajosos
Como é possível perceber pelo ambiente da ilha, as atividades radicais não são o ponto forte do turismo, embora sejam oferecidas várias oportunidades, desde passeios de camelos a motos aquáticas ou quadriciclos. É possível explorar a ilha a cavalo, passeio que dura uma hora para os novatos e amadores e três horas, para os cavaleiros mais experientes. Em alguns locais, é possível fazer viagens em camelos. Uma das empresas que oferecem o serviço é a Crines al Viento, na cidade de Antigua (crinesalviento.es). A Civitatis (www.civitatis.com/es/fuerteventura/), por sua vez, organiza passeios de quadriciclos ou moto aquáticas.
Os turistas que preferem se aventurar pelo mar podem praticar mergulho, surfe e outras atividades aquáticas. Embora existam muitas áreas de Fuerteventura para a prática desse esporte, talvez Isla de Lobos, em frente à cidade de Corralejo e perto de Lanzarte, seja um dos destinos mais populares. Na cidade, existem várias empresas que oferecem aulas de mergulho, bem como visitas à ilha e snorkeling. Site oficial: http://visitcorralejo.com/isla-de-lobos/.
História, cultura e museus
Como se não bastassem a formação geológica, as praias e a natureza exuberante, Fuerteventura tem uma bela história para contar. Durante a ditadura de Franco na Espanha, os primeiros europeus que chegaram à ilha eram exilados. Na prática, foram os primeiros turistas, há 650 anos. A capital original, Betancuria, fundada em 1404 por marinheiros, se tornou um destino popular para caminhadas, almoço e jantar em restaurantes e visitas a fazendas, onde é possível conhecer a criação de animais e comprar produtos típicos, especialmente o famoso majorero, queijo feito com leite de cabra.
Outro destino histórico, majorero é a cidade de La Oliva, a meia hora da capital Puerto del Rosario, e Corralejos, a 15 minutos do El Cotillo ou montanha de Tindaya, onde é possível visitar a casa do s coronéis, um dos edifícios mais importantes da ilha. Às terças e sextas-feiras, são oferecidas visitas guiadas por todos os pontos turísticos da cidade. Consulte http://lacasadeloscoroneles.org/ruta-de-los-coroneles-la-oliva/.
Embora Puerto del Rosario, a capital, talvez seja o destino menos popular para os visitantes, é uma opção para os poucos dias nublados de Fuerteventura ou para conhecer a cultura local. Lá, se pode encontrar alguns museus interessantes, como o Museo de las Salinas del Carmen (museosalinasdelcarmen.es) ou majorero Museu do Queijo (museoquesomajorero.es), o mais famoso produto gastronômico da ilha. Para conhecer com mais profundidade a história da ilha, visite a Casa Museu de Unamuno, onde viveu o escritor, em 1924, ao ser exilado por Primo de Rivera.
Surfe
O Cotillo, na parte oriental da ilha, é o ponto mais procurado para a prática do surfe. Para aqueles que desejam iniciar essa atividade, é possível realizar e contratar aulas no local O clima agradável de Fuertenventura, em todas as estações do ano, é perfeito para o surfe. Outras partes da ilha, com ondas indicadas aos atletas, podem ser encontradas no site http://surfridersfuerteventura.com/best-surf-spots-el-cotillo/.
Gastronomia
Queijo Majorero, de cabra, é o produto mais requintado produzido na ilha. Curado, ao natural ou frito, pode ser degustado com mel. É quase uma obrigação para o viajante. A ilha também produz azeite, que pode ser comprado apenas em locais específicos, ou os famosos molhos para batata doce. Pratos típicos, a carne de cabrito assada e os miúdos são pratos típicos encontrados em restaurantes. No litoral, os cardápios oferecem frutos do mar e peixes, como dourada ou morena.
A produção de vinho não é expressiva, mas alguns vinhos vulcânicos da vizinha Lanzarote podem ser encontrados. Uma cozinha tem sabor forte e marcante, com a capacidade de recuperar a força após um dia ativo, nas trilhas ou nas praias. Há lojas oficiais de artesanato e restaurantes certificados nos principais pontos turístico da ilha. Os supermercados também oferecem itens de qualidade. Mais informações: https://saboreafuerteventura.es/.
Fica a dica
- Alugar um carro (trabber.es) é essencial para aproveitar a ilha e se perder em seus caminhos. Felizmente é muito barato. O preço por dia varia entre 28 e 35 euros para carros mais simples.
- A temperatura na ilha varia entre 18 e 28 graus quase todos os dias do ano. Perfeito para quem foge do calor no verão e do frio, no inverno.