Turismo

Ranchos que preservam a arquitetura original de Minas Gerais

Fazendas históricas mantêm a arquitetura original da mineira Santana dos Montes quase intacta. Além da beleza natural, o charme e a tranquilidade do interior formam um lugar perfeito para descansar

José Alberto Rodrigues*
postado em 30/05/2019 09:00

Município, que faz parte da Estrada Real,  preserva casas e fazendas do século 18 e o clima de tranquilidade
Tranquilidade nos fins de semana ou feriado prolongado é o desejo de quem vive uma vida agitada durante o dia a dia. Destinos como Santana dos Montes, a pouco mais de 860km de Brasília pelas BR 040 e BR135 são uma ótima opção. A devoção à Senhora de Santana, padroeira do município e dos vários montes que circundam a região formando uma cadeia em forma de um chapéu, foram determinantes para o nome da hospitaleira cidade. Natureza, história e um charme de interior são um convite ao turista.

Com menos de 4 mil habitantes, o município faz parte da Estrada Real e do Circuito Turístico Vilas e Fazendas de Minas Gerais. Apesar de não ter um potencial na extração de ouro e outros minérios, o solo da cidade é fértil e por isso recebeu grandes plantações de legumes, frutas e verduras, responsáveis por abastecer os viajantes tropeiros e hoje incrementam a culinária local servida nos restaurantes das pousadas e hotéis.

Quem viaja para o local tem a sensação de que parou no tempo, uma verdadeira imersão na história cultural de Santana dos Montes, onde há muitas fazendas históricas e casarões datados do século 18. Muitos desses lugares foram transformados em hotéis fazenda, com opções de lazer, relaxamento e boa gastronomia.

No centro da cidade, destaque para a Igreja Matriz de Santana, construída em 1749, uma capela singela com pinturas no teto atribuídas a Francisco Xavier Carneiro, um discípulo de Mestre Athaíde, importante pintor brasileiro. Ao redor da igreja, está o Largo da Matriz, onde existem várias construções históricas tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). As construções coloniais são muito bem preservadas, um refúgio para recarregar as baterias. As ruas antigas e as calçadas em paralelepípedos dão um toque bucólico à Santana.

No centro histórico, o destaque para o Solar dos Montes
A Festa da Padroeira, chamada carinhosamente pelos moradores de Senhora Santana, agita todos os fins de semana de julho, trazendo apresentações musicais que vão do estilo barroco às serestas. Os moradores de Santana dos Montes mantêm vivas as tradições como a Festa do Rosário, a Folia de Reis e o Congado. O aconchego rural proporcionado pelos santanenses é visto à mesa com culinária tipicamente mineira.


Natureza
A cachoeira da Caatinga tem duas piscinas naturais: relaxante
A grandiosidade histórica de Santana dos Montes é agraciada com a natureza do seu entorno, devido às áreas de mata atlântica e aos numerosos cursos de água que cortam a região. Por meio de suas trilhas, dos passeios a cavalo, os turistas podem descansar e aproveitar cada instante. Abraçada pela Serra do Espinhaço, a cidade tem cachoeiras, córregos e uma diversidade de fauna e flora de tirar o fôlego.

A cachoeira do Santinho é a mais famosa da região. Localizada em uma região de mata densa, seu curso d;água forma pequenas quedas em sequência, que deságuam e formam um poço ideal para banho. Além da diversão, no local existem ruínas de uma antiga usina hidrelétrica que ficava por ali. Por estar em uma propriedade privada, podem ser cobradas taxas de visita.

Detalhe do campanário da Igreja de Santana
A cachoeira-do-torno é a primeira queda d;água no sentido de Santana dos Montes para a Fazenda do Santinho. Fica a cerca de 3,5 quilômetros da cidade. As corredeiras de Piranga, em propriedade privada, deslizam por um complexo de pedras, e o leito do rio é pavimentado por extensos blocos de pedra, formando um conjunto de rara beleza.

Outra atração é o conjunto de Quedas Caatinga 1 e 2, onde é possível desfrutar de duas piscinas naturais. A mata atlântica nativa no entorno confere charme ao local. Além disso, a cachoeira é a porta de entrada para a Mata do Papagaio. Tudo isso na pequena cidade da Serra do Espinhaço, distante 130 quilômetros da capital mineira Belo Horizonte.

* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram, dos Diários Associados

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