Não é novidade que os idosos gostam de viajar. Os brasileiros, nas últimas décadas, reduziram o número de filhos e, ao mesmo tempo, estão vivendo por mais anos em decorrência de melhoria na saúde, condições de vida e maior conscientização no que diz respeito à prevenção de doenças. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2050 cerca de 30% da população brasileira será formada por pessoas com mais de 65 anos
Atentas ao fenômeno e de olho nesse mercado, as empresas de turismo desenvolvem estudos e pesquisas para identificar as preferências, as especificidades e os formatos de viagens ideais para esse público. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional), os viajantes com mais de 65 anos representam cerca de 15% dos pacotes turísticos vendidos no Brasil para destinos nacionais e internacionais.
Ainda de acordo com a pesquisa, o turista da terceira idade busca por viagens em que o perfil de faixa etária é heterogêneo, embora os grupos de idosos sejam boas opções de viagem oferecidas pelas agências. A experiência junto a crianças, jovens e adultos de meia-idade é uma tendência, de acordo com a ABAV, e busca manter a interação com outras gerações. É comum que parentes mais velhos façam suas viagens acompanhados de familiares (filhos, netos, etc). Organizar uma viagem começa com a definição do roteiro. Conheça alguns roteiros, por tipos de viagens, ideais para a família inteira.
Serra
Para quem busca por uma viagem tranquila para relaxar e fugir da agitação da cidade grande, as áreas serranas são ideais. Há quem pense que o Rio de Janeiro oferece apenas mar e badalação, mas as serras da Cidade Maravilhosa são convidativas para o turista que busca descanso, além de conhecer mais da história do período imperial.
Cidades como Teresópolis e Petrópolis são locais sossegados. Em Teresópolis existem trilhas ecológicas, pousadas e feirinhas. Vale a visita até o Mirante do Soberbo para ver a Baía de Guanabara, além de ir ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PNSO), que é o terceiro parque brasileiro mais antigo. Em Petrópolis, a história mora em cada esquina. As vilas e paróquias mostram o porquê da cidade ser uma das favoritas de Dom Pedro II, que adorava descansar por lá. A Casa da Princesa Isabel e o Museu Casa de Santos Dummont são passeios imperdíveis.
Praia
Fortaleza, no Ceará é um dos destinos favoritos entre os idosos. A cidade tem infraestrutura preparada para receber o turista, com atividades de lazer para todos os gostos, além da temperatura da água do mar, que é convidativa. O calor e o sol são pontos positivos da cidade. A Praia do Futuro tem um mar limpo e barracas estruturadas, o que a torna parada obrigatória para quem quer curtir a praia. O pôr do sol na Praia do Meireles é um espetáculo.
Engana-se quem pensa que as praias de Porto Seguro, na Bahia, são point apenas para os jovens. A cidade é lugar pra todo mundo: seja para os vovôs que querem agitação, seja para aqueles que preferem o silêncio com um belo visual. O distrito de Porto Seguro é o mais procurado por famílias: é perfeito para quem quer ficar à beira da praia sem ter de pensar e planejar muito o que vai fazer durante o resto do dia. A praia de Curuípe oferece ao turista um dia leve. Quem quer se jogar na balada, pode visitar o Axé Moi ou o Toa Toa: complexos de lazer na praia de Taperapuan, que convidam o público para dançar o axé. Equipes de dança se revezam para ensinar os passos do ritmo baiano para os turistas, tudo isso com o pé na areia.
Cidades culturais
O Brasil é um país com uma trajetória rica e abrangente. Há muitas cidades que respiram contos e acontecimentos, além de terem sido cenários de fatos da história brasileira. O viajante que passa por cada rua, vila ou casinhas tem a possibilidade de viver aqueles momentos. A sensação que dá ao visitar essas cidades é a de realizar uma viagem no tempo, já que muitos desses locais históricos, geralmente tombados, recebem cuidados para que nada se perca.
Ouro Preto (MG) foi tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Suas ruas são conservadas e os turistas ficam fascinados ao caminhar pelas inúmeras ladeiras de pedra do centro, além de conhecer o casario colonial e construções, como o Museu da Inconfidência e a Igreja de São Francisco de Assis.
A primeira capital brasileira, Salvador (BA), é um belo exemplo de cidade cultural. A cidade preserva os edifícios renascentistas e os casarões com mais de dois andares, típicos das cidades ricas. Ali, deu-se início à mistura de povos, culturas, religiões e raças que hoje é a sociedade brasileira. Patrimônio da Humanidade desde 1985, o Centro Histórico de Salvador reúne igrejas que datam do século 17. Lá, o turista pode visitar museus, centros culturais, bares, restaurantes, lojas e ateliês. Ao redor dos largos, as construções em estilo barroco português fazem o viajante se encantar.
Campo
O turismo em áreas rurais é uma modalidade que tem se tornado cada vez mais conhecida. Para quem quer passar um tempo desconectado da cidade, essa é a viagem ideal, principalmente para quem gosta ou quer conhecer as raízes agrárias, belas paisagens, gastronomia e estilo de vida tradicionais.
Quando se pensa em férias em Pernambuco, o que vem à mente são a praia e o sol. Gravatá, porém, foge desse clima. A cidade tem uma das maiores redes hoteleiras do estado e é muito procurada pelo clima agradável (as temperaturas são médias e baixas), gastronomia que vai desde culinária suíça aos pratos típicos, como carne de sol e buchada. O Alto do Cruzeiro é um importante atrativo turístico. De lá, é possível ter uma visão panorâmica do município. Uma programação para os mais esportistas são as trilhas para percorrer e descobrir as belezas da Mata Atlântica, além de liberar um pouco de adrenalina. Localizado no alto da Serra das Russas, o município é cheio de chácaras e hotéis instalados em meio a lagos, cachoeiras e piscinas naturais.
Localizada a 110km de Vitória (ES), Venda Nova do Imigrante é uma das pioneiras no agroturismo no Espírito Santo. A economia é voltada principalmente para a cafeicultura e, nas fazendas, é possível acompanhar as rotinas de produção. Além do café, dá pra levar para casa queijos, geleias, linguiças e peças de artesanato. A paisagem local inclui casas coloniais do século 19 e a cachoeira do Alto Bananeira, com sete quedas d;águas.