Que brasileiro é apaixonado por futebol, ninguém duvida. Mas será fácil encontrar algum que esteja disposto a atravessar o planeta para companhar os jogos da Seleção? Para quem sonha com isso, é tempo de se planejar. Faça o seu roteiro e viaje rumo ao hexacampeonato.
[SAIBAMAIS]Depois de Moscou, Kaliningrado e Ecaterimburgo, nesta semana vamos conhecer um pouquinho sobre São Petersburgo (a segundo maior e mais importante cidade russa), Kazan (a mais antiga do Mundial), Níjni Novgorod (e seu Mané Garrincha) e Saransk, a menor de todas as sedes. Na próxima semana, concluiremos a nossa série falando sobre Sochi, Rostov do Don, Volgograd e Samara.
São Petersburgo
À beira do Mar Báltico, a linda cidade nasceu de um sonho de grandeza do czar Pedro, o Grande, há mais de 300 anos. A aristocracia russa tinha pendores iluministas, falava francês e queria a sua própria Paris. Daí surgiram palácios magníficos, jardins como o de Luxemburgo, igrejas que se assemelham ao Vaticano, belos acervos de arte.
Fundada em 1703 por Pedro, o Grande, para defender o território russo dos ataques da Suécia, recebeu o nome São Petersburgo em homenagem ao apóstolo Pedro, por quem o czar tinha devoção. Em 1914, a então capital russa perdeu seu germânico nome para ser rebatizada por outro mais nacional: Petrogrado. Em 1924, a morte do maior líder bolchevique, Vladimir Lenin, mudou mais uma vez o nome da metrópole. A cidade símbolo dos czares passou a ser chamada Leningrado.
O Forte de São Pedro e São Paulo, construído para deter os ataques suecos no século 18, tem igrejas, túmulos e algumas das celas mais famosas da Rússia, onde ficou presa gente do porte de Alexis, filho do próprio Pedro, o Grande.
Dois de seus museus são imperdíveis: o Hermitage, onde há 150 mil obras de artistas como Matisse e Kandinsky, e o de cera do Palácio Beloselski, que conta de maneira lúdica a história do país. A cidade é famosa também por seu ótimo jazz. Vá conferi-lo no JFC, enquanto saboreia as ótimas vodcas russas.
Um dos maiores museus de arte do mundo, o Hermitage, em São Petersburgo, tem um acervo de mais de 3 milhões de peças. Coleção iniciada pela czarina Catarina, a Grande, que recebeu os conselhos dos iluministas franceses Voltaire e Diderot.
O museu fica no antigo Palácio de Inverno, residência oficial dos czares russos e faz parte de um complexoque inclui o Teatro (fechado à visitação), o Grande Hermitage, o Pequeno Hermitage e o Novo Hermitage.
As fachadas são obras de arte que atraem as câmeras dos milhares de turistas que visitam o museu diariamente. O Hermitage é considerado patrimônio arquitetônico mundial. Lá dentro, El Greco, Raphael, da Vinci, Cézanne, Rembrandt, Renoir, Picasso são apenas alguns nomes que enchem suas 1.057 salas. A do trono é a dedicada aos heróis russos que combateram na guerra napoleônica, são imperdíveis, como admirar as escadarias, janelas, assoalhos originais, tetos, lustres que compõem a decoração do museu.
Kazan
A cidade é uma das mais antigas da Rússia. Como a maioria das velhas civilizações, existem divergências quanto à sua fundação, principalmente sobre a origem dos criadores, se os búlgaros ou se os tártaros. A capital do Tartaristão ; sede da Universíade de Verão (a Olimpíada Universitária) em 2013 ; contará com seis jogos do Mundial. São quatro da primeira fase; um das oitavas e outro das quartas.
Se a Seleção Brasileira cair nos grupos C ou F jogará, ainda na primeira fase, na cidade. Passando em primeiro, voltará a jogar na Arena de Kazan nas oitavas, pelo grupo C. Se cair no E, pode jogar por lá nas quartas de final. Comparada com outras sedes, a cidade está a uma distância média de Moscou. São 825 quilômetros até a capital. De trem, são onze horas de viagem, Já de avião, o percurso demora pouco mais de uma hora.
Por estar relativamente próxima a Moscou, uma opção é ficar na capital e só se deslocar no dia do jogo, ou na véspera. Mas não é o recomendado. A cidade abriga construções milenares como as muralhas da antiga Kazan, que serviu de barreira para o histórico cerco de Ivan o Terrível no século 16. Considerada uma metrópole atemporal, atualmente ela conta cerca de 30 das maiores e mais importantes universidades da Rússia, abrigando mais de 180 mil alunos. A cidade, capital do Tartaristão, abriga pessoas de mais de 100 nacionalidades.
Se optar por ficar na cidade milenar, hospedagem não é problema. Como grande centro, Kazan conta com uma boa diversidade de hotéis, para os mais variados bolsos. Pelo Booking.Com, uma diária no período da Copa varia de R$ 55 a R$ 515. Entre as atrações turísticas, o Complexo Arquitetônico e Histórico do Kremlin de Kazan (Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ; Unesco), a mesquita de Qol Sharif, a Catedral da Anunciação e o Templo de Todas as Religiões, estão entre os mais visitados pelos turistas.
Níjni Novgorod
A sede mais próxima da capital russa tem o nome mais difícil de pronunciar: Níjni Novgorod (lê-se Ninjini Nougurrá) fica a 425 quilômetros a leste de Moscou. Criada em 1221, é a terceira mais antiga da Copa. Uma curiosidade é que, durante a Guerra Fria, servia como base das pesquisas secretas sobre armas nucleares e, por isso, o acesso era proibido a estrangeiros.
Como Kazan, Níjni Novgorod será sede de seis jogos (quatro da fase de grupo, um das oitavas e outro das quartas de final). Se cair no grupo D, o Brasil jogará a segunda partida da primeira fase e as oitavas, se classificando em primeiro. Se o sorteio apontar o C, o caminho até a final em Moscou passa por Níjni nas quartas de final. O estádio tem grande semelhança com o Mané Garrincha.
Por ser uma cidade relativamente grande ; é uma das mais populosas da Rússia com cerca de 1,3 milhão de habitantes ;, Níjni Novgorod conta com um bom número de hotéis. A diária, no período da Copa, varia de R$ 85 a R$ 2,3 mil. Mas, por ser a mais próxima da capital, a facilidade de ficar em Moscou também é grande. Gasta-se pouco menos de cinco horas de carro ou de trem entre as duas sedes.
Nizhny Novgorod está situada entre as colinas e o rio Volga. O Kremlin local remonta ao século 16, tem uma muralha de fortaleza de tijolos de dois quilômetros e 13 torres de vigia. Ele fica em uma elevação oferecendo uma bela vista da cidade e sua orla. A metrópole é uma das 100 cidades mundiais incluídas na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. Além da sede do governo, o Jardim Zoológico, o monastério Pechersky Ascension e o parque Shveitzariya, estão entre os pontos turísticos da cidade.
Saransk
Relativamente nova, comparada com outras cidades da Rússia, Saransk foi fundada em 1641. Com 376 anos, a capital da República da Mordóvia conta com um fenômeno incomum, a população ; que já é bem pequena ; está diminuindo. A menor população do Mundial contava, em 1989, com cerca de 312 mil pessoas, atualmente são pouco mais de 307 mil.
Localizada no centro da Rússia, Saransk está a leste de Moscou, a cerca de 650 quilômetros de distância da capital do país. De trem, são cerca de oito horas e meia de viagem entre uma sede e outra. Como Kaliningrado e Ecaterimburgo, a cidade terá quatro jogos da Copa, todos da primeira fase. Para a Seleção Brasileira jogar no local, precisa ser sorteada para o grupo B, onde a terceira partida do cabeça de chave será realizada.
Para se hospedar na pequena cidade, o turista conta com diárias de R$ 35 a R$ 230. Se o Brasil cair no grupo B, uma boa opção é ficar em Moscou e ir para Saransk apenas no dia do jogo, até porque a segunda partida será na capital russa e as oitavas, passando em primeiro, também. Quem resolver ficar, pode aproveitar para visitar os diversos museus da região, como o Museu da Cultura Folk de Mordóvia, o Kraevedcheskiy e o Museu de Arte Fina S.D. Erzia, além do parque Gorodskoy, do Zoológico local e, como boa cidade russa, da Catedral de Saranks.