Vivemos no planeta Terra, mas não estamos tão distantes de outros astros do sistema solar. Nosso planeta azul tem paisagens que lembram ; e muito ; as descobertas de outros mundos. Logo, para apreciar cenários extraterrestres nem é preciso ir à Lua. Mas, se uma viagem espacial estiver nos planos, vá em frente. Uma empresa que constrói naves espaciais e foguetes vai levar duas pessoas ao satélite da Terra no próximo ano. Os turistas já pagaram pela viagem. O valor da jornada não foi divulgado, mas certamente é estratosférico.
Viajar dentro do planeta pode fornecer uma experiência parecida. Em desertos, montanhas com picos a perder de vista e vulcões, a sensação de estar em um lugar inabitado, completamente diferente das paisagens vistas no dia a dia, é equivalente a fazer uma viagem interplanetária.
Olimpo asiático
No Monte Popa, em Myanmar, a sensação é de estar no Olimpo dos gregos, em termos de quantidade de divindades e altura. A temática é diferente, budista, mas é a fé quem ocupa os lugares altos. O monte surgiu depois de um terremoto acontecer no local. Como resultado, lava de basalto foi expelida e, depois de secar, formou o monte. Outro efeito das cinzas vulcânicas foi a fertilização do solo e o nascimento de flores nas imediações. O nome popa é uma homenagem a isso. Significa flor em birmanês.
[SAIBAMAIS]O bacharel em direito Guilherme Vieira, 22 anos, foi ao local em fevereiro para passar as férias com o pai. ;Da cidade de Bagan, viajamos por uma hora de carro até lá;, lembra. Mais de 700 degraus separam a entrada do topo. ;Não pode subir de tênis nem chinelo, só descalço. No caminho, o único problema são os macacos;, conta Guilherme, que relata que os bichos levam os pertences dos desavisados, principalmente comida.
Lá em cima, há uma profusão de altares, cada um com ornamentos únicos. O que se repete é a imagem do Buda, frutas e incenso. ;Encontramos muitos turistas europeus, mas poucos brasileiros. Não acho que o motivo seja o preço, porque a Ásia é um lugar barato. Acredito que seja o desconhecimento;, avalia.
Em 2010, o rapaz passou por uma avenida de vulcões no Equador. Ao longo de 300 km a partir de Quito, há uma cadeia montanhosa formada por 27 deles. ;É muito lindo. Foge do comum. O interessante de ir de carro é que você pode fazer seu roteiro por lá;. Para combinar com a paisagem, a viagem foi de aventura e durou 45 dias na estrada. ;Andamos o Equador todo e boa parte da Avenida dos Vulcões. Em alguns dá para subir, mas por causa da altitude e da neve, é preciso ter equipamentos especiais;, recomenda.
No mundo da lua
Como os astronautas da nave Apollo 10 nos anos 1960, dois turistas vão à Lua no ano que vem. A viagem,batizada de Dragon 2, inclui uma volta no satélite terrestre e o retorno à Terra. A dupla vai passar por testes de saúde e condicionamento físico e por um treinamento inicial ainda neste ano, para entender os detalhes da missão. Antes da viagem, a empresa SpaceX fará um lançamento de teste em parceria com a NASA, sem pessoas a bordo e em modo automático, com a nave Crew Dragon. Mais informações no site: www.spacex.com.
Parque Nacional Etosha (Namíbia)
O parque tem um deserto de sal tão grande que pode ser visto do espaço. O Etosha Pan cobre cerca de 4.800m; e, há 100 milhões de anos, era um lago. Etosha, que significa grande lugar branco, foi descoberto por exploradores europeus em 1851. A área era habitada por povos que viviam em harmonia com a vida selvagem própria dali. O deserto é o único ponto de reprodução de flamingos conhecidos na Namíbia. Pode haver até um milhão deles, de uma só vez, circulando por lá. A superfície salgada é comparada com a do Titã, satélite de Saturno, e aparece no filme Uma Odisséia no Espaço (2001).
; Informações: www.etoshanationalpark.org
Cratera de Darvaz (Turcomenistão)
O buraco que cospe fogo, chamado de entrada para o inferno, fica no meio do deserto de Karakum, a 260km da capital do país, Achkhabad. Ele surgiu em 1971, quando geólogos soviéticos perfuravam o solo em busca de gás. O solo cedeu e abriu a cratera de 70 metros de diâmetro. Para evitar que emitisse gases tóxicos, eles decidiram atear fogo para que o gás, em combustão, se dissipasse. As chamas, entretanto, continuam vivas há quase 50 anos e atraem visitantes para observar o fenômeno.
Parque Estadual Red Rock Canion (EUA)
Cenário do filme Planeta dos Macacos (1968) e de vários outros, o lugar simula o hábitat de macacos superinteligentes, decididos a exterminar a humanidade. As formações rochosas do parque californiano são imponentes, avermelhadas, e lembram a superfície de marte. A área foi habitada por povos indígenas no passado. Hoje, a relevância é mais que turística: há fósseis encravados nas pedras e resquícios da era da mineração, que movimentou o território por volta de 1890. É possível acampar ; há infraestrutura com água e luz ; passar um dia inteiro por lá ou passear montado a cavalo pelo parque.
; Informações: www.parks.ca.gov/page?_id=631
Wai-O-Tapu Thermal Wonderland (Nova Zelândia)
A paisagem encoberta por fumaça, com crateras coloridas para todo lado fazem desse um destino com cara de extraterrestre. O parque, cujo nome em maori significa águas sagradas, fica a 30km da cidade de Rotorua ; literalmente dentro da depressão vulcânica (ativa) da região de Taupo. Crateras, piscinas borbulhantes de lama vulcânica, gêiseres, fumarolas (aberturas no solo que liberam fumaça vulcânica) e fontes termais coloridas são algumas das atrações vistas por lá. A atividade vulcânica acontece há mais de 160 mil anos. Algumas crateras servem como depósito de enxofre e parecem piscinas amarelas.
; Informações: www.waiotapu.co.nz