Ao longo da Rua das Fachadas, mais de 40 tumbas ou, possivelmente habitações, estão cravadas em penhascos, debruçados pela Rua das Colunatas, o anfiteatro romano e as ruínas do centro da vida urbana: o portal monumental, o templo Qasr el-Bint e áreas de mercado. A exploração da cidade escondida, revelada ao mundo em 1812 pelo explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, também desvenda tumbas magníficas, entre as quais a de Sexto Florentius, que foi governador romano da Província Árabe no século 2 d.C.
[SAIBAMAIS]
Além do Altar dos Sacrifícios, que descortina, em uma das montanhas, espetacular vista do vale rosado, é do alto do chamado Ad-Deir (Monastério) que não só Petra, mas igualmente a Jordânia, se ajoelham aos nabateus. São 800 degraus talhados nas rochas até o topo, alguns penhascos escarpados. Em estilo semelhante ao Al-Khazneh (o Tesouro) à entrada da cidade, esse monumento delimita o fim da cidade colorida. Com 40 metros de largura e 47 metros de altura talhados na rocha, é o maior do sítio arqueológico e, em geral, há consenso de que tenha sido um templo, embora alguns especialistas acreditam ter sido uma tumba real inacabada. Em frente ao monumento, em uma típica casa de beduínos entalhada na rocha, o convite para se assentar em um dos tapetes e apreciar um chá. Você levará em sua bagagem memórias e imagens que, há mais de dois mil anos, encantam e surpreendem o mundo.
Um caso de amor
Esculpida numa das rochas está a imagem do inglês Lawrence da Arábia, que foi elo entre tribos rivais durante a Revolta Árabe contra o Império Turco-Otomano, na Primeira Guerra Mundial. O inglês Lawrence da Arábia sela, na obra Os sete pilares da sabedoria (no original, The seven pillars of wisdom) que inspirou o filme, a confissão de amor ao Wadi Rum.
;Adentramos a avenida do vale, ainda espetacular sob as cores do pôr do sol: penhascos tão vermelhos quanto as nuvens a Oeste; como estas, em escala gradiente erguendo-se ao céu. De novo, sentimos como o vale inibia a nossa excitação por sua beleza serena. A grandiosidade desse entorno nos encolhia. Arrancava o manto da efusiva alegria com o qual a nossa trupe havia percorrido o acampamento ;;
Tons de rosa, vermelho, amarelo e bege. Do amanhecer ao entardecer, cores cambiantes brincam com a luminosidade e premiam o olhar daqueles que se deixam levar pela mansidão do dia. Na cumplicidade da comunhão entre areia, rochas e vento, incansável escultor em labirintos de montanhas, pontes de pedra e cânions, Wadi Rum exibe paisagens vastas e silenciosas, que carregam o testemunho de 12 mil anos de ocupação humana.
São 25 mil petróglifos e 20 mil inscrições, principalmente tamúdicas (a mais antiga escrita arábica), mas também registros dos nabateus e, mais tarde, adeptos do islã ; em árabe ;, que tornam a região o mais cênico livro a céu aberto: detalham a evolução das civilizações que passaram pela Península Arábica, constituindo um dos motivos pelos quais Wadi Rum integra a lista de Patrimônio da Humanidade.
A transição do Paleolítico para o Neolítico está retratada nos petróglifos, desenhos de animais como camelos, íbex e cavalos, e figuras humanas agarradas a ossos e a flechas. É o legado à humanidade de como as civilizações evoluíram de nômades para assentamentos permanentes do Crescente Fértil, baseados na agricultura e no comércio.
Escalada
Para além do registro da presença humana naquela região, as estranhas formas do belo deserto colorido foram esculpidas pelo mar há milhões de anos. Na fronteira com a Arábia Saudita está o pico mais alto da Jordânia, Jabal Um ad Adami, com 1.854 metros. Uma trilha beduína é o convite à escalada de aproximadamente duas horas, que abrirá a paisagem espetacular de vales, dunas, formas em pedra e o olhar a se perder nas montanhas pretas da Arábia Saudita e no azul profundo do golfo de Aqaba, por onde os rebeldes árabes alcançaram por detrás os canhões turcos, voltados para Gaza, do outro lado do Mar Vermelho, de onde esperavam o ataque inglês.
Foi particularmente com o épico Lawrence da Arábia, de 1962, dirigido por David Lean, que o deserto rosa foi divulgado ao mundo. Anthony Quinn na pele de Auda Abu Tayi, líder beduíno chefe dos Howeita, Sherif Ali ibn el Kharish (Xerife Husseim), de Meca, da dinastia Hashemita, interpretado por Omar Sharif, e o próprio Lawrence, estrelado por Peter O;Toole, se unem para conquistar Aqaba e lideram a Revolta Árabe contra os turcos. A derrocada otomana na região só foi possível pela tática levada pelo inglês aos árabes de ataques terroristas aos trens na única ferrovia que alimentava a região, a Hejaz Railway. A ferrovia foi presente dos alemães aos turcos, numa tentativa de seduzi-los para aliança na Primeira Guerra Mundial.
Experimente
; Tomar chá com beduínos, em uma das tendas que encontrará pelo caminho;
; Ver The Seven Pillars of Widsom (formação rochosa que inspirou o título da obra de Lawrence da Arábia)
; Visitar o Templo dos Nabateus
; Observar a Nascente de Lawrence
; Visitar Burdah Rock Bridge
; Escalar dunas indicadas pelos guias e encontrar vistas panorâmicas
Visite
; As-Siq (cânion de antigo rio que guarda a entrada da cidade)
; Al-Khazneh (também chamado de O Tesouro)
; Altar dos Sacrifícios
; Rua das Fachadas e do Teatro
; Tumbas reais
; Tumba do Palácio
; Tumba de Sexto Florentius
; Rua das Colunatas
; Palácio da Filha
; Ad-Deir (Monastério)
Jordânia
; Como chegar: Não há voos diretos do Brasil. O turista precisará optar por uma companhia aérea internacional europeia (Air France/Lufthansa, Iberia, British) ou asiática (Emirates, Qatar) para alcançar o destino, com escala.
; Exigências na imigração: É necessário visto para entrar no país. O Brasil está no grupo de países da América do Sul em que o visto pode ser obtido no próprio Aeroporto Internacional de Amã Queen Alia, ao preço de US$ 56 para uma única entrada, válido por um mês.
; Melhor época para a viagem: A Jordânia está localizada em zona de transição entre o clima mediterrâneo, a Oeste, e o severo clima desértico, ao Sul e ao Leste. Durante o período da primavera, de março a maio, ou durante o outono, de setembro a novembro, as temperaturas são mais amenas e oscilam entre 25;C e 30;C. Durante o verão, de junho a agosto, as temperaturas ultrapassam 40;C, o que pode trazer dificuldades adicionais para visitar os principais sítios ; Petra e o deserto de Wadi Rum.
; Governo: Monarquia Constitucional Unitária Parlamentar
; Moeda: Dinar jordaniano (JOD). Um dinar jordaniano vale aproximadamente US$ 1,4
; Língua: Árabe
; Principais pontos turísticos: Petra e Deserto de Wadi Rum
; Vale a pena visitar: Jerash; Pella; Mar Morto; Aqaba (Mar Vermelho); Monte Nebo e Amã (cidadela)
Em Petra
; Como chegar
Petra está localizada a cerca de 250 quilômetros do Aeroporto Internacional de Amã Queen Alia. São cerca de três horas de viagem de carro pela King Highway. No aeroporto há serviços de táxi, regulados pelo governo, que fazem o trajeto. É conveniente combinar preços antes com o motorista. O custo pode variar entre 70 a 90 dinares jordanianos, algo entre US$ 100 e US$ 130. Há também ônibus que fazem o trajeto.
Wadi Rum
O Centro de Visitantes do Deserto de Wadi Rum está entre as cidades de Petra e Aqaba, localizado a aproximadamente 100 quilômetros da primeira e a 65 quilômetros da segunda.
; Como chegar: A viagem pode ser feita em táxi ou carro alugado com motorista, indicado pelo próprio hotel onde estiver hospedado em Petra. O custo poderá variar entre 70 a 90 dinares jordanianos, algo entre US$ 100 e US$ 130.
; Principais atrativos: Há várias opções de programas no deserto, inclusive o pernoite em campings especializados, portanto, tudo dependerá do tempo de que se dispõe. No Centro de Visitantes podem ser contratados passeios de um só dia, em veículos do tipo 4x4, apropriados para o deserto.
; O que ver: Passear em 4x4 pelo deserto de Wadi Rum é um desvendar permanente de belíssimas paisagens, dunas, rochas, cânions.