Cidade do Cabo ; Embora a história da Cidade do Cabo seja escrita há quase quatro séculos ; com o estabelecimento de holandeses, ingleses, franceses, muçulmanos, indianos e escravos trazidos de antigas colônias do Sudeste asiático ;, a impressão que se tem ao caminhar pelas principais regiões turísticas é que tudo parece ter surgido agora. Boa parte dos restaurantes mais disputados, das cafeterias, maisons de grifes internacionais, galerias de arte e o moderno complexo gastronômico e de compras de Waterfront, na área portuária, nasceram ou foram revitalizados nos últimos 10 anos.
[SAIBAMAIS]
A Cidade do Cabo é o segundo destino mais visitado da África do Sul, atrás apenas de Johanesburgo, coração financeiro do país, que recebe os principais voos internacionais, servindo de hub para as regiões sul e central do continente. Atualmente, a South African Airlines opera 10 voos semanais a partir de São Paulo. São cerca de 10 horas de viagem ; mais duas horas até a Cidade do Cabo. Desde a Copa do Mundo, o país recebe em torno de 10 milhões de turistas internacionais por ano, número que girava em torno de 6,6 milhões em 2004, quando foi escolhida sede do Mundial. Desde 2013, o Brasil passou a ocupar o top-10 da lista encabeçada por países vizinhos e Reino Unido.
A Copa do Mundo, o título de capital do design e as dicas das principais publicações internacionais aguçaram o interesse pela Cidade do Cabo nos últimos anos. Se, antes, o turista fazia apenas um pitstop, enquanto se preparava para expedições ou safáris, hoje ele gasta mais tempo explorando a cidade ; a média de permanência na região é de 12 noites, bem acima da de outras províncias.
Diversidade
Com várias opções de roteiros de visitas, aventuras e diversão, sete dias seria ideal para conhecer as principais atrações da Cidade do Cabo, mas sobra vontade para ver mais. Aos pés da Table Mountain, eleita uma das sete maravilhas naturais, a cidade de 2,2 milhões de habitantes oferece de tudo um pouco. Para quem gosta de belas paisagens, subir a montanha de bondinho é indispensável, bem como visitar a região das vinícolas ; a Cape Winelands, com destaque para Stellenbosch e Franschoek ; e a Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança, que fica a cerca de 65 quilômetros do Centro.
Na zona urbana, as casas em estilo vitoriano ; herança do período de domínio britânico ;, os antigos bairros industriais, agora revitalizados, contrastam com construções modernas e áreas de compras, como o Waterfront, na região portuária, que se transformou em um complexo que simboliza a modernidade de Cape Town. Com shoppings, restaurantes e imensos galpões transformados em mercados, é a atração mais visitada da África do Sul.
Paisagem colorida
Mas a cidade ainda preserva regiões históricas, que remontam à diversidade de povos que chegaram ao país no século 17 e ao recente passado de segregação racial do apartheid. Para conhecer esse lado multicultural e multiétnico que ajudou a construir a identidade local, é essencial uma visita a Bo Kaap. Conhecida pelas casas multicoloridas, algumas do século 18, a região foi ocupada primeiramente por descendentes de escravos de colônias holandesas do Sudeste Asiáticos ; os Cape Malays, ou ;malaios do Cabo; ;, e depois por indianos e imigrantes muçulmanos. Uma das mesquitas, a Auwal, foi construída em 1804 e é usada até hoje.
Embora o bairro não seja mais ocupado exclusivamente por malaios, a cultura é mantida e pode ser sentida e provada em restaurantes ou aulas de gastronomia. É berço do africâner, e onde mais se pratica o idioma, desenvolvido à época da colonização africana, atualmente falado apenas na África do Sul e na Namíbia.
;Aqui temos a mistura perfeita do Leste com o Oeste e do Oriente com o Ocidente;, diz Yussuf Larney, dono do restaurante Bo-Kaap Kombuis, de comida tradicional, que explica sobre a tradição das casas coloridas. ;É uma forma de cada família manter sua identidade. Todo fim de ano as casas são pintadas pelos próprios moradores e as cores nunca se repetem. Eles gostam de viver assim, de ter sua marca.;
; Serviço
; Moeda e preços
A moeda oficial da África do Sul é o rand (R) ; euro e dólar não são tão facilmente aceitos. A cotação é favorável aos brasileiros: um rand custa hoje cerca de R$ 0,23. Os preços são bem parecidos com os do Brasil: as entradas de museus custam entre R 20 e R 45 (R$ 5 a R$ 11), um espresso costuma ser vendido a R 15 (R$ 4) e um prato no jantar pode custar entre R 80 e R 120 (R$ 25 a R$ 40), chegando a R 300 (R$ 75) nos restaurantes mais disputados, como o The Shortmarket Club (88 Shortmarket Club), uma das referências da nova culinária da cidade.
; Transporte
Para quem vai passar pouco tempo, o ideal é comprar um bilhete do Citysightseeing local, ônibus hop on hop off (que você pode subir e descer com um único bilhete). São três rotas pelos principais pontos turísticos da cidade. O bilhete para um dia pode ser comprado on-line no site e custa R 170 (R$ 42, adulto) e R 90 (R$ 22,50, crianças). Há outras modalidades, com maior duração ou passeios inclusos. Quem for alugar carro fique atento: por ter sido de colonização britânica, o trânsito da África do Sul funciona com mão inglesa, com o motorista à direita.
; Visite
Bo-Kaap ; Para mais informações sobre a região, visite bokaap.org. O Bo-Kaap Museum (71 Wale Street) é aberto de segunda a sábado, das 10h às 17h. Para experimentar os sabores locais, Bo-Kaap Kombuis (7 August Street).
Waterfront ; Moderno complexo na zona portuária formado por shoppings (Victoria Wharf e The Alfred Mall são os maiores), hotéis, galerias, mais de 80 restaurantes e, a partir do ano que vem, o Museu de Arte Contemporânea (Mocaa).
O jornalista viajou a convite da South African Airlines