Pesquisa feita pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Rio de Janeiro traça o perfil do turista que se hospeda na capital fluminense, em estabelecimentos fora da rede hoteleira convencional, como albergues, pousadas e hostel, e constatou que os jovens entre 18 e 29 anos predominam (58,5%). Com apoio da Associação de Cama e Café e Albergues do Rio e da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), a sondagem ouviu 306 turistas nacionais e estrangeiros como parte do projeto Gestão Turística e Sustentável dos Meios de Hospedagem, do Sebrae-RJ.
A pesquisa apurou que 55% dos entrevistados eram mulheres. A maior parte dos hóspedes de albergues têm curso superior completo ou pós-graduação (55%) e são solteiros (80,7%). Os turistas brasileiros foram maioria entre os entrevistados (60%), seguidos de argentinos (6%), franceses (3,6%) e alemães (3%), sendo que 43,3% relataram já ter viajado de duas a cinco vezes pelo Brasil, nos últimos 12 meses.
Entre os estrangeiros, 51% responderam que era a primeira vez que visitavam o Rio de Janeiro, e desejam retornar à cidade. Para os turistas regulares de albergues e pousadas (60,8%), o fator preço é determinante para a escolha, com 46,4% das respostas. Outros fatores que contam, pela ordem, são oportunidade de socialização (15,7%), infraestrutura (15,4%) e localização (12,7%).
Um fato que surpreendeu a coordenadora do projeto, a turismóloga Vanessa Cohen, é que a renda familiar mensal desses turistas oscila entre R$ 2.500 e R$ 5.000 para 34% dos consultados, e entre R$ 5.000 e R$ 10.000 para 22%. Os albergues e hostels são um tipo de acomodação cuja procura vem crescendo muito, sobretudo nas metrópoles, em função dos custos mais baixos diante dos valores altos cobrados pela hotelaria convencional, o que atrai ;aquele turista que tem um orçamento mais apertado e quer, de repente, ter uma estada um pouco maior;, comentou.
O projeto Gestão Turística e Sustentável dos Meios de Hospedagem mostra para esses pequenos empreendimentos hoteleiros de que forma eles podem utilizar esse aspecto da sustentabilidade para otimizar seus serviços e reduzir custos, com reflexos positivos para os hóspedes. Além de mostrar a oferta disponível de albergues no Rio de Janeiro, a ideia da pesquisa é revelar o perfil do frequentador desses estabelecimentos, o tipo de roteiro que pretende fazer e atrativos que despertam interesse.
Contrariando a permanência média de turistas em hotéis, de dois a três dias, a pesquisa revelou que, em alguns casos, o turista de albergue, hostel e pousada fica mais, em torno de cinco dias. A economia no valor da hospedagem faz com que ele decida permanecer mais tempo. Intercâmbio cultural e maior vivência local com relação a atrativos não convencionais são outros requisitos procurados, percebidos na sondagem. O Sebrae-RJ atende, atualmente, a 39 estabelecimentos hoteleiros de pequeno porte no estado do Rio de Janeiro, sendo oito na capital, cinco em Paraty, 18 na Ilha Grande e oito em Armação dos Búzios.
Vanessa Cohen disse que o Sebrea-RJ está trabalhando conceitos de sustentabilidade para os albergues e pousadas, entre os quais a questão da eficiência energética e a redução do consumo de água, visando a estender essa conscientização também aos hóspedes. A meta é que a rede de empreendimentos que participa do projeto possa oferecer um diferencial aos turistas, com base no tripé da sustentabilidade, que envolve a questão ambiental, o fortalecimento da economia e o consumo de serviços e produtos locais.