Jornal Correio Braziliense

Turismo

Povoados da história de Rosa são perfeitos para quem quer tranquilidade



A viagem que Guimarães Rosa fez no lombo da mula Balalaica começou no povoado de Barreiro Grande, hoje Três Marias, a 270 quilômetros da capital de Minas Gerais e ótima pedida para um fim de semana agradável. O maior atrativo turístico é a represa homônima, que este ano completa meio século de muitas histórias. Para ter ideia, o imenso espelho d;água, que alargou o leito do Rio São Francisco, transformando o balneário num paraíso para pescadores e banhistas, foi sede, em janeiro, do 38; Campeonato Nacional da Classe Laser (barcos a vela) ; foi a primeira vez que uma cidade longe do litoral brasileiro recebeu a competição.

[SAIBAMAIS]Será que Guimarães Rosa imaginaria que o povoado de Barreiro Grande cresceria tanto? Há 60 anos, quando ele fez a famosa viagem, tudo era diferente. Três Marias não tinha a represa administrada por uma companhia de energia e vivia exclusivamente da agropecuária. Era comum, por exemplo, fazendeiros levarem centenas de cabeças de gado de lá para outras regiões de Minas. A longa jornada do autor e dos vaqueiros começou a 30 quilômetros do atual Centro do município, num lugarejo chamado Silga. Para os fãs do escritor, vale a pena dar um pulinho no local.

O caminho é de terra batida, porém, a vista das montanhas compensa o desgastante trajeto. No povoado de Silga, às margens do Rio de Janeiro, afluente do Velho Chico, não deixe de dar uma prosa com os moradores, principalmente os mais antigos, pois muitos conviveram com Manuelzão ; o vaqueiro barbudo adorava passar dias por aquelas bandas ; e têm boas histórias para contar. Uma delas é a respeito da capelinha que Manuel construiu, a pedido da mãe, ao lado do cemitério. O pequeno templo foi reformado há alguns anos. Três quilômetros adiante, está a fazenda a partir da qual o grupo começou a levar o gado para Araçaí.