Jornal Correio Braziliense

Turismo

Número de turistas que chegam ao Ceará via Fortaleza cresceu 38% em 6 anos



Os investimentos em infraestrutura turística e a construção de grandes equipamentos deverão impactar significativamente no turismo cearense já a partir de 2012, com a inauguração, por exemplo, do Centro de Eventos (CEC). Entretanto, nos últimos anos, o estado vem apresentando números significativos que indicam o crescimento do setor. Entre 2006 e 2011, o impacto do turismo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do estado passou de 9,4% para 10,8%, aumento de 14,8% no período. Em seis anos, o fluxo de viajantes via Fortaleza subiu 38%, de 2 milhões para 2,84 milhões de turistas, enquanto a receita turística direta, obtida a partir do produto entre gasto per capita e demanda turística aumentou 80%, variando de R$ 2,4 bilões em 2006 para R$ 4,5 bilhões em 2011.

Ao se analisar a estrutura e distribuição dos gastos turísticos entre 2006 e 2011, verifica-se que 28% das despesas dos turistas que vão ao Ceará correspondem a compras. A receita gerada com elas saltou de R$ 686 milhões para R$ 1,3 bilhão em seis anos. Alimentação está em segundo lugar, com 21,5%, seguida de hospedagem (19,2%), diversão/passeio (16,5%) e transporte (10,2%), enquanto outros gastos correspondem a 4,5%. Segundo a pesquisa Demanda Turística via Fortaleza nos meses de julho a novembro de 2011, realizada pela Secretaria de Turismo do estado (Setur), os principais produtos adquiridos pelos turistas são artesanatos/suvenires (45,9%), confecções/roupas (42,9%), castanhas (26,5%), calçados (18,6%), bebidas (16,8%) bijuterias (16,7%), bolsas (15,9%), doces (13,6%) e redes (11,5%). A pesquisa mostrou ainda que o Mercado Central, com 67,9%, e a Feirinha da Avenida Beira-Mar, ambos em Fortaleza, são os locais preferidos para compras.

Dados de 2010 indicam que o passeio é a principal motivação de quem visita o Ceará, com 47,4% do total (1,2 milhão de pessoas). Embora tenha a segunda maior média de permanência (10,9 dias), esse tipo de turista representa apenas o terceiro maior gasto per capta, com R$ 1.498,22, despendendo em média R$ 137,45 por dia. Em segundo lugar no quesito motivação, estão as pessoas que vão a negócios ou a trabalho (570 mil em 2010, 21,2% do total), perfil que apresenta maior gasto individual (R$ 1.825,56). Visita a parente/amigo vem logo em seguida, em terceiro, com 19,3% (519 mil) do número de turistas, e o menor valor em despesa por pessoa (R$ 84,85 por dia). Na quarta colocação em volume (somente 6,5% e 218 mil visitantes em 2010), o turista de congressos e eventos é o segundo público com maior gasto per capita no estado (R$ 1.712,04). Ele permanece em média 6,5 dias em solo cearense, onde despende em torno de R$ 263,39 por dia. Tal perfil tende a ter seu percentual ampliado a partir da inauguração do Centro de Eventos, este mês.

No que diz respeito à movimentação turística dentro do estado, a partir da capital, os destinos litorâneos justificam a vocação do Ceará para o turismo de sol e praia. As praias do litoral são os lugares preferidos por 80,4% dos turistas, ficando 13,9% para o sertão e apenas 5,7% para as serras. O mercado interno nacional é o principal emissor de turistas para a terra de José de Alencar. Dos 2.848.459 turistas que aportaram em 2011, apenas 8% (220.098) foram de outros países. A Região Sudeste, com mais de 1 milhão, foi a que mais enviou visitantes ao Ceará, seguida dos outros estados do próprio Nordeste, com cerca de 940 mil pessoas. Norte (262 mil), Centro-Oeste (258 mil) e Sul (124 mil) completam a lista. Itália, com 58 mil, e Portugal, com 44 mil, foram os principais mercados emissores internacionais.
Apesar de não representar o fluxo turístico direto, mais um dado reflete o bom desempenho do setor no estado: o crescimento de 12,4% no número de desembarques no Aeroporto Internacional Pinto Martins em 2011, em relação ao ano anterior. Segundo levantamento da Infraero, o crescimento superou o da Região Nordeste. O Ceará está à frente de Rio Grande do Norte (6%), Bahia (7,6%) e Pernambuco (8%). Os estados com maior evolução no quadro geral ; Maranhão, Paraíba, Sergipe e Piauí ; ou não têm ou apresentaram decréscimo no número de desembarques internacionais.

Em 2010, foram 2.658.315 desembarques entre domésticos e internacionais, contra 2.989.218 no ano passado, 330.903 mil pessoas a mais chegando ao Pinto Martins. A movimentação maior foi de voos domésticos, com 2.874.232 desembarques, ante 2.546.269 de 2010, uma variação positiva de 2,6%. No que diz respeito ao fluxo internacional, o estado permaneceu com o segundo maior número absoluto de desembarques internacionais na região. Foram 114.986 operações ; crescimento de 2,6% ;, atrás apenas da Bahia, com 178.703 (crescimento de 1,7%) e à frente de Pernambuco, com 113.949 (elevação de 15,7%). Este é o melhor resultado desde 2008.