Em Copenhague, chama a atenção o enclave de vida alternativa Christiania (www.christiania.org), que se autoproclamou autônomo e hoje passa por mudanças. A comunidade se formou no início da década de 1970, quando famílias invadiram terrenos de localização privilegiada na cidade ; em torno de instalações militares abandonadas ; em busca de espaço para os filhos brincarem.
A retirada das cercas dos galpões e dos edifícios bastou para que eles fossem ocupados por um novo exército: dessa vez, de jovens e militantes anarquistas. Durante quatro décadas, intensas negociações, que envolveram até o parlamento dinamarquês, tentaram soluções para o local. Projetos de urbanização foram rejeitados pela comunidade. Todos previam novas edificações para centenas de outras pessoas, além dos 800 que ali vivem.
O clima de contracultura dá espaço, hoje, a uma boa dose de pragmatismo nas relações entre a comunidade e as autoridades. Este ano, um acordo definitivo permitiu que a área passasse a seus ocupantes por uma quantia muito abaixo do preço de mercado. Além disso, alguns dos antigos edifícios foram considerados patrimônio histórico.
Pode-se passear livremente por Christiania e frequentar os shows produzidos pela comunidade ; eles atraem mais de 500 mil pessoas por ano ;, os restaurantes, os cafés, as lojinhas e os espaços de exposições artísticas. Apenas atente para as placas de ;proibido fotografar;, perto de pontos de venda de maconha e haxixe (um acordo com as autoridades livrou o local do tráfico de drogas como cocaína).
No enclave, onde não é permitida a entrada de veículos, visite também a fábrica de bicicletas (www.christianiabikes.com), cujos modelos podem ser vistos por toda a Copenhague. A maioria tem reboques acoplados para transporte de mercadorias e crianças, capazes de carregar até 100kg. (CF)