Punta Cana não era uma cidade até quatro décadas atrás. Os investimentos começaram quando o dominicano Frank R. Rainieri e o norte-americano Theodore Kheel fundaram o Grupo Punta Cana e inauguraram um pequeno hotel com 10 bangalôs (capacidade para 40 pessoas), uma pequena cidade para os empregados, uma usina de energia e uma pista simples de aeroporto. O potencial do lugar se confirmou quando a rede francesa de resorts Club Med se instalou na região e, em seguida, outras empresas hoteleiras começaram a construir no litoral dominicano. Aos poucos, o local virou uma dos principais cidades do mundo exploradas pelas cadeias de hotéis.
Hoje, Punta Cana tem pelo menos 50 hotéis ; a maioria, de redes espanholas ; e mais de 33 mil quartos disponíveis. Isso representa 50% da capacidade hoteleira na República Dominicana.
Cada hotel tem, em média, mil quartos e uma área de 100 acres (404,6 mil m2). O maior e mais novo é o Hard Rock Café, com 1.780 quartos e 121 acres (489,6 mil m2) de área construída.
Os primeiros hotéis foram instalados do lado da cidade banhada pelo Caribe, na Praia de Bayahibe. Mas apenas seis hotéis conseguiram terminar suas obras antes de o governo local decretar a área como reserva natural. Atualmente, a maioria das redes está instalada na Praia Bávaro, que faz parte do Oceano Atlântico. A cor da água, entretanto, não deixa a desejar à do Mar do Caribe.
A pequena cidade já é um clássico destino de férias de americanos e canadenses, que saem dos seus países no inverno para fugir do frio. Mas a crise econômica global fez diminuir o fluxo desses turistas. Agora, os dominicanos estão atrás dos turistas dos Brics, em especial do Brasil. Os russos, parte do bloco dos emergentes, já são figurinha carimbada na região.
Em Punta Cana, o turismo é exclusivamente voltado para as belezas naturais. Além da Praia Bávaro, são famosas a Macao, onde estão os surfistas, e a Ilha Saona, cercada pelo Mar do Caribe e o segundo ponto de chegada de Pedro Álvares Cabral em terras americanas. Outro tour comum é o do nado com os golfinhos.
Noite
Conhecer a fundo a cultura dominicana em Punta Cana é muito difícil e exige um esforço dos turistas. Poucos hotéis têm restaurantes dedicados à culinária local. Mas a maioria promove, um dia na semana, a noite dominicana, em que dançarinos de merengue animam o hotel enquanto são servidos quitutes tradicionais do país aos hóspedes. O máximo de contato que irá se ter com o povo é por meio dos funcionários.
Em volta dos hotéis, só existem pequenos povoados que sobrevivem da criação de gado e da plantação de cana de açúcar. A cidade mais próxima de Punta Cana é Higüey, a mais de uma hora de distância. A maioria dos funcionários dos hotéis mora lá, e as próprias redes colocam à disposição o transporte para que eles possam voltar para casa. Esses benefícios e o número alto de empregos fizeram com que o governo registrasse um aumento da imigração para a zona leste do país desde o surgimento da zona turística.
Em Punta Cana, moram, normalmente, os gerentes dos hotéis e os funcionários com salários melhores. Mesmo que a cidade tenha apenas uma rua paralela aos hotéis ; e algumas poucas e curtas vias perpendiculares ;, há uma crescente especulação imobiliária na região. Alguns hotéis têm construído prédios residenciais, onde cada apartamento pode ser comprado por pelo menos US$ 200 mil.
Aos poucos, Punta Cana se transforma em uma cidade com vida própria. Já exibe até shopping: o Palma Real Village. Há basicamente lojas americanas, europeias e canadenses, que vendem marcas como Diesel, Tommy Hilfiger e Puma.
A empresa brasileira Odebrecht tem reconstruído as estradas do país, inclusive as que passam pela região. Hoje, por exemplo, leva-se três horas e meia para percorrer os 250km até Santo Domingo. Acredita-se que, com o fim das obras, termina-se o trajeto em um pouco mais de duas horas. Outra reforma necessária é do aeroporto local. Apesar de charmoso, ele ainda tem donos particulares e está ficando pequeno para o fluxo de pessoas, pois recebe mais de 50 voos diários, dos mais diversos locais do mundo. É o de maior trânsito na República Dominicana.
A jornalista viajou a convite da Bancorbrás, do Governo da
República Dominicana e da Lan Airlines
Vá à capital
Se quiser ver melhor a cultura dominicana, o passeio obrigatório é a Santo Domingo, a primeira cidade das Américas. As agências de turismo vendem um pacote para os hóspedes de Punta Cana passarem um dia na capital dominicana.
Roteiros alternativos
Há duas viagens que combinam perfeitamente com a ida a Punta Cana. A primeira é para o norte da República Dominicana, que também tem se desenvolvido por conta do turismo. A região é banhada pelo Oceano Atlântico e normalmente turistas alugam carros para conhecer a região. O passeio termina em Samaná, zona de baleias. Além dos balneários, há montanhas propícias para o ecoturismo. Outra opção é chegar a Punta Cana por Miami. Assim, depois de fazer compras por lá, pode descansar em solo dominicano.