Cusco foi a capital do império inca e atualmente serve como um dos pontos de partida para quem quer explorar Machupicchu. A cidade tem pouco mais de 400 mil habitantes e uma arquitetura singular, de casas e ruas com mais de 400 anos de história. Bem servida de hotéis, restaurantes, bares e lojas, tem uma noite eletrizante todos os dias da semana, com embalos que começam pouco depois das 22h e se estendem até os primeiros raios de sol. Os preços são bem compatíveis com os praticados no Brasil, sem exploração.
Um cuidado diz respeito aos táxis. Tanto em Cusco quanto em todo o Peru eles não são controlados pelas autoridades. A maioria da frota é de carros bem antigos, importados do Japão. Alguns, verdadeiros milagres sobre rodas por ainda conseguirem se movimentar. A sugestão é chamá-los pela recepção do hotel ou do restaurante.
Outra dica: no Aeroporto de Cusco, muitos motoristas tentam convencer o passageiro de que o hotel reservado por ele é ruim. Por quê? Para fazer com que ele se hospede em algum lugar que dê comissão ao taxista. Não caia nessa. Pesquise bem sobre o hotel ou albergue antes de viajar e mantenha-se firme caso haja a tentativa de persuasão.
Como no resto do país, os veículos não têm taxímetro e o preço da corrida deve ser combinado antes. Geralmente, são bem mais baratos que no Brasil.
Mercado
A nordeste de Cusco, o Vale do Rio Urubamba é conhecido como Vale Sagrado dos Incas. Lá estão, nas alturas (sempre acima de 2 mil metros), pueblos (povoados) e diversas ruínas de santuários, fortalezas e outras construções de pedra, de diferentes épocas dos incas. Há também muitas fazendas e camponeses na lida diária. O nome Vale Sagrado se explica porque a terra é extremamente fértil, uma bênção para os ingredientes e os pratos mais fartos.
Para os povos pré-colombianos, esse foi um dos principais pontos de produção agrícola pela riqueza de suas terras e, até hoje, é o lugar onde se produz o melhor grão de milho verde (choclo) no Peru. As paisagens são espetaculares, com picos nevados, vales e aldeias rodeadas de plantações em terraço, uma técnica de irrigação avançada herdada dos incas.
Os principais centros de interesse no Vale Sagrado são Pisac (o mercado e as ruínas), Ollantaytambo e Chinchero. Os melhores dias para ir a Pisac são domingo, terça e quinta-feira, quando o mercado índio está funcionando.
Pisac é uma cidadezinha conhecida não só pelo mercado de artesanato, como também pelo complexo arqueológico, o mais importante do Vale Sagrado. É possível, de táxi, chegar até Quanchisraquay, um ponto relativamente elevado das ruínas, com uma das mais belas vistas do Vale Sagrado.
Tecelagem
Já em Chinchero, a 28km de Cusco, há uma cooperativa que visa resgatar e manter técnicas tradicionais de fiação praticadas pela população nativa do Vale Sagrado, com tingimento e tecelagem de lãs de lhama ou carneiro.
Você poderá ver artesãos de diferentes comunidades andinas executando as diversas fases da produção de tecidos, sempre muito coloridos. A cidadezinha conserva um sítio arqueológico inca. No entanto, compensa conhecer Chinchero não apenas pelas paisagens do Vale Sagrado no caminho, que por si só valem a visita, mas pela arquitetura em adobe e pelo mercado de artesanato, mais rústico que o de Pisac. Em ambas as cidades, os preços são mais em conta do que os cobrados em Cusco. (AD)