Jornal Correio Braziliense

Turismo

Candelária guarda parte da origem e da histórica artística da Colômbia

Quem quer ter uma visão do que realmente é Bogotá não pode deixar de fazer uma visita ao centro histórico, no bairro da Candelaria, onde se vive e respira cultura. Mistura de construções coloniais e prédios que se transformaram ao longo do século 20, essa parte da capital agrega boa parte dos edifícios governamentais, além de museus, monumentos e bibliotecas. Cada parede, pintura e esquina tem uma história para contar.

A melhor maneira de fazer o percurso é a pé. E é importante dispor de tempo para caminhar sem compromisso e contemplar as cores, a arquitetura e as sacadas dos casarões, que contrastam com os prédios altos da parte mais moderna da capital colombiana. Além da arte, o centro é foco das atividades políticas da Colômbia. Entre os principais prédios, estão o Congresso da República, a Corte Suprema de Justiça e a Prefeitura Maior de Bogotá. ;Na Candelaria, surgiu a cidade (em 1538). As igrejas ficam na parte oriental, onde nasce o sol, para representar a luz de Deus;, explica a guia turística Johana Piñeros.

O trajeto pelo centro histórico inclui importantes centros culturais. Entre eles o Museu Botero, a Casa da Moeda e o Museu de Arte do Banco da República, todos interligados e com entrada gratuita. No primeiro, encontra-se grande parte da coleção pessoal de pinturas de Fernando Botero. O artista colombiano, ao lado do prêmio Nobel de literatura Gabriel García Marquez, é uma espécie de embaixador informal da Colômbia. Com desenhos, aquarelas, pinturas a óleo e esculturas, a obra de Botero é caracterizada por figuras humanas volumosas e voluptuosas. Ele doou ao Banco da República uma coleção de 123 obras de sua autoria, além de 85 de mestres como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Marc Chagall, Claude Monet, Henri Matisse e Auguste Renoir.

Na Casa da Moeda, criada em 1620 e a primeira da América do Sul a cunhar moedas de ouro, há uma coleção de moedas colombianas. Além disso, o turista pode encontrar máquinas de estampar moedas utilizadas entre os séculos 18 e 19. O Museu de Arte, por sua vez, agrega salas com exposições temporárias e permanentes.

Praça de Bolívar
Outra visita obrigatória no centro histórico é a Praça de Bolívar, em homenagem ao herói da independência Simon Bolívar, representado por uma estátua. Desde o século 16, quando foi construída, ela se converteu no centro das atividades econômicas e artísticas da cidade. A praça é rodeada pela Catedral Primada, pelo Palácio Liévano (sede da prefeitura) e o Palácio da Justiça. Na quadra seguinte, está o Palácio de Nariño, sede da Presidência da República.

Entre as estreitas ruas do centro histórico, pode-se ainda ver um hotel de beleza peculiar, o Casa de la Botica, onde se hospedam políticos e artistas que visitam a capital. São 10 suítes de estilo colonial rodeadas por jardins, balcões e pátios. O hotel conta com restaurantes, cafeterias e um centro de convenções com capacidade para 120 pessoas.

Quem quer conhecer um pouco mais da cultura local também pode visitar o Centro Cultural Gabriel García Marquez, iniciativa do governo do México e obra do arquiteto Rogelio Salmona. O espaço conta com uma livraria, um auditório, uma sala de exposição e uma biblioteca, além de café e restaurante.

O centro histórico da Candelária também é reflexo da tradição religiosa da Colômbia, país predominantemente católico. Entre os templos construídos no bairro, estão a Igreja Nossa Senhora do Carmo, com faixas de cor vermelha e branca e estrutura arquitetônica de estilo gótico, e a Igreja de São Francisco.

A jornalista viajou a convite da Proexport Colômbia