Jornal Correio Braziliense

Turismo

No Mare Australis, rotina dedica-se a passeios que reverenciam a natureza

Passeios e palestras podem ser cancelados se as condições forem desfavoráveis

Bem menor que os navios de cruzeiros da costa brasileira, o Mare Australis é um barco para 125 passageiros e 50 tripulantes. No caso da rota Punta Arenas ; Ushuaia (há também uma no sentido inverso, com três noites de navegação), a partida é sempre aos sábados, com embarque às 17h e saída às 20h.

Primeiro, é feito o check-in na agência de turismo que representa a companhia de cruzeiros, onde se pode deixar as malas. No porto, a cerca de sete quarteirões dali, há os procedimentos de segurança para entrada (apresentar passaporte e voucher, passar a mala no aparelho de raios x e atravessar o portal de detecção eletrônica). Depois, chega a hora de embarcar no navio, entregar o passaporte (só devolvido no fim da viagem) e pegar a chave da cabine.

Dá tempo de um banho antes de ir ao salão Sky, na cobertura do barco, para receber os cumprimentos do capitão e de outros oficiais. Um efêmero show folclórico com artistas de Punta Arenas é apresentado e logo eles descem do navio para a viagem começar. O passageiro vai ainda a uma demonstração das normas de segurança a bordo e confere se os coletes salva-vidas dentro do armário de sua cabine lhe servem bem. O jantar de boas-vindas, num único restaurante, começa às 20h15; e, às 22h, a primeira das palestras, o informativo Rota de Navegação.

No domingo, depois do café (das 7h às 9h), são dadas instruções para a descida aos botes Zodiac e o desembarque na Baía Ainsworth, onde uma longa trilha (sem ser radical) é percorrida em meio a explicações dadas pelos guias, que levam grupos divididos por idioma (inglês, francês, espanhol e alemão). Nesse ponto, logo no desembarque, são avistadas colônias de elefantes-marinhos, um animal magnífico e espantoso. Depois do almoço, chega-se à tarde nas ilhotas Tuckers, onde é grande a presença de pinguins e dezenas de outras aves: gaivotas austrais, chimangos, cormorões e muito mais. Nesse dia, ainda há apresentação de duas palestras, uma delas com filme documentário.

Tormenta

Até a quarta-feira, dia de chegada bem cedo a Ushuaia, a rotina pouco se altera, alternando as palestras com descidas em terra firme e, claro, a ida ao bar à noite, já que ninguém é de ferro e o ar marinho faz bem. Dependendo das condições meteorológicas, uma ou outra ida à terra pode ser cancelada, como foi a última da viagem feita pelo Turismo, a que mostraria o Cabo de Hornos (Cape Horn), o derradeiro rincão de terra do continente sul-americano antes da Antártida.

Durante séculos, o Hornos foi a tormenta dos navegadores, por causa da agitação do mar e a potência do vento. E provou sua fama na terça-feira, 26 de outubro: a descida aos botes foi cancelada, quando todos já estavam com as roupas e os acessórios prontos, logo depois do café da manhã. Em terra, os passageiros fariam uma trilha e seguiriam para subir uma escadaria de 160 degraus a fim de chegar a um monumento em homenagem ao local.

Manchas brancas

Os chimangos podem ser encontrados entre a Terra do Fogo e o Paraguai, e ainda no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste do Brasil. Têm até 38 cm de comprimento, plumagem parda, cabeça e partes inferiores mais claras. As asas apresentam manchas brancas ; e essa também
é a cor da cauda.

Dia a dia

Conheça os principais pontos por onde o Mare Australis passa.

Domingo

Fiorde Almirantazgo, Baía Ainsworth, Glaciar Marinelli, Ilhotas Tuckers e Canal Gabriel.

Segunda-feira
Canais Ballenero e O;Brien, Canal de Beagle, fiorde e glaciar Pía e Avenida dos Glaciares.

Terça-feira
Canal Murray, Baía Nassau, Ilhas Wollaston, Cabo de Hornos e Baía Wulaia.

Quarta-feira
Ushuaia.