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Tecnologia

Com Galaxy Fold, Samsung dobra a tela e o preço de smartphone

Fechado, o smartphone tem um display de 4,6 polegadas; quando aberta, a tela aumenta para 7,3 polegadas e permite a utilização de três aplicativos simultaneamente

Um smartphone cuja tela pode ser dobrada ao meio e guardada no bolso, como um livro: essa é a visão da Samsung para o futuro dos celulares. Nesta quarta-feira (20/2), em São Francisco (EUA), a empresa pôs fim a anos de rumores e mostrou seu primeiro dispositivo de tela dobrável, o Galaxy Fold. Com previsão de chegar às lojas dos EUA em 26 de abril por US$ 1.980 (o equivalente a cerca de R$ 7,4 mil), a novidade foi a estrela da conferência realizada pela sul-coreana, que também marcou a décima geração da linha Galaxy e o lançamento de outros quatro celulares, com preços entre US$ 749 e US$ 999.

Fechado, o Galaxy Fold tem tela de 4,6 polegadas (quase o tamanho do iPhone 6); aberto, pode chegar a 7,3 polegadas (semelhante à tela do iPad mini). É algo útil para assistir a vídeos e operar apps simultaneamente, aumentando a produtividade do usuário - em São Francisco, foi possível ver o aparelho rodando YouTube, Google e WhatsApp ao mesmo tempo. "Não é só um produto que redefine a categoria de smartphones. Desafia esse conceito", disse Justin Denison, vice-presidente de marketing da Samsung.

O Galaxy Fold não é o primeiro smartphone de tela dobrável - o título é do FlexPai, da Royole, lançado no fim de 2018 e disponível só na China. O Fold, porém, será o pioneiro em escala global: já há lançamento agendado nos EUA e na Europa - não há previsão para o Brasil. Além da tela, o aparelho traz outras especificações robustas, como duas baterias internas e seis lentes de câmeras.

Para especialistas, o aparelho pode abrir uma nova fase para a indústria, após a primeira queda nas vendas de smartphones acontecer em 2018, segundo a consultoria IDC. "A tela dobrável é uma tecnologia que a indústria inteira buscava, mas ainda não havia conseguido viabilizar", diz Renato Franzin, professor da USP. "Se a Samsung entregar o que prometeu, a tela permitirá novas formas de uso."

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Já Eduardo Pellanda, professor da PUC-RS, diz que o aparelho ainda é um primeiro passo. "O Fold ainda é muito grosso e falta padrão para software e sistemas operacionais. Acredito que a interface será inconsistente por um tempo", disse. Em São Francisco, o Fold não estava disponível para testes após o fim do evento de lançamento - o que é praxe na indústria.

Para (quase) todos. Além do Galaxy Fold, a Samsung também apresentou quatro outros smartphones da família Galaxy S10. O principal destaque ficou para o S10 5G, a ser lançado em mercados selecionados com a tecnologia de conexão móvel de 5.; geração, dez vezes mais rápida que o atual 4G. Os outros aparelhos são: S10, S10%2b (versão topo de linha) e S10e (mais acessível). Os produtos sairão, respectivamente, por US$ 899, US$ 999 e US$ 749 nos EUA e já têm lançamento confirmado para o mercado brasileiro.

Com cinco smartphones anunciados em um dia, a Samsung repete a estratégia da rival Apple, que há dois anos traz três versões do iPhone (veja comparação ao lado). Além de brigar com a americana, a sul-coreana também tenta se prevenir de outra força do mercado, a chinesa Huawei, que hoje ameaça sua liderança global. Há a expectativa de que a Huawei lance um smartphone de tela dobrável neste fim de semana, durante o evento Mobile World Congress (MWC), em Barcelona. Será interessante ver quem consegue não só dobrar uma tela, mas também o bolso dos consumidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.