Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Rússia bloqueia endereços IP do Google em meio a briga com Telegram

Entre estes endereços IP bloqueados, várias centenas de milhares estavam vinculadas aos serviços em nuvem da Amazon

A Rússia, que está lutando para aplicar a decisão de bloquear o Telegram, anunciou neste domingo (22/4) ter bloqueado vários endereços IP do Google, que permitiriam, segundo as autoridades russas, evitar a obstrução de mensagens codificadas.

"Violando uma decisão da Justiça, o Google continua permitindo à sociedade Telegram Messenger Limited Liability Partnership utilizar seus endereços IP para seguir suas atividades em território russo", informou a autoridade russa de controle de telecomunicações, Roskomnadzor, em sua conta oficial no Twitter.

"Por este motivo, a Roskomnadzor pôs na lista negra uma série de endereços IP da Google, usados pelo Telegram para operar na Federação Russa", detalhou.

Um porta-voz do grupo Google explicou à agência de notícias pública RIA Novosti ser "consciente de que alguns usuários não têm acesso a certos serviços do Google", acrescentando que estava em processo de esclarecer esta situação.

A Rússia bloqueou esta semana milhões de edereços IP usados para evitar o bloqueio de mensagens codificadas do Telegram, ordenado pela Roskomnadzor após uma decisão judicial devido à negativa do Telegram de fornecer aos serviços especiais (FSB) os códigos para ler as mensagens dos usuários.

Entre estes endereços IP bloqueados, várias centenas de milhares estavam vinculadas aos serviços em nuvem da Amazon e mais de um milhão aos da Google, segundo um porta-voz da Roskomnadzor, citado pela agência Interfax.

Neste domingo, no entanto, o Telegram permanecia amplamente acessível na Rússia.

Fundado em 2013 pelos irmãos Pavel e Nikolai Durov, criadores anteriormente da rede social VKontakte, o Telegram se beneficiou, graças à segurança que oferece aos usuários, de discussões nos últimos anos sobre a proteção da privacidade ao usar novas tecnologias.

O Telegram tem hoje 200 milhões de usuários no mundo, 7% dos quais estão na Rússia, segundo Pavel Durov.