"Se você olhar para a câmera, o flash, o microfone... eles estão cada vez melhores", afirma Shwetak Patel, professor de engenharia da Universidade de Washington.
"Na verdade, as capacidades desses telefones são tão boas quanto as de alguns dos dispositivos especializados", acrescentou.
Os smartphones já podem atuar como pedômetros, contar calorias e medir batimentos cardíacos.
Mas os dispositivos móveis e tablets também podem se tornar ferramentas para diagnosticar doenças.
"Você pode usar o microfone para diagnosticar asma ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)", disse Patel.
"Com essas tecnologias habilitantes, você pode controlar doenças crônicas fora da clínica e com uma ferramenta clínica não-invasiva", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Também é possível usar a câmera e o flash de um telefone celular para diagnosticar distúrbios do sangue, incluindo deficiência de ferro e hemoglobina.
"Você coloca o dedo sobre o flash da câmera e ela lhe dá um resultado que mostra o nível de hemoglobina no sangue", disse Patel.
Um aplicativo chamado HemaApp mostrou funcionar tão bem quanto um dispositivo para medir a hemoglobina sem usar agulhas. Os pesquisadores estão buscando a aprovação da agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA) para seu uso mais amplo.
Os smartphones também podem ser usados %u200B%u200Bpara diagnosticar osteoporose, um distúrbio ósseo comum em idosos.
Basta segurar o smartphone, ligar o aplicativo e tocar no seu cotovelo.
"O sensor de imagens em movimento do seu telefone capta as ressonâncias que são geradas", disse Patel. "Se houver uma redução na densidade do osso, a frequência muda".
Tais avanços podem capacitar os pacientes a administrarem melhor seus próprios cuidados, disse Patel.
"Você pode imaginar o impacto mais amplo disso nos países em desenvolvimento, onde as ferramentas de rastreio como esta nas unidades de atenção primária são inexistentes", afirmou.
"Então isso realmente muda a maneira como diagnosticamos, tratamos e administramos doenças crônicas".
- Custos mais baixos -
Dispositivos de smartphones já estão ajudando pacientes a gerenciar câncer e diabetes, diz Elizabeth Mynatt, professora do Georgia Institute of Technology.
"Alguém que foi recém-diagnosticado com diabetes realmente precisa se tornar seu próprio detetive", disse. "Eles precisam aprender as mudanças que precisam fazer em seu estilo de vida cotidiano".
Para as mulheres recém-diagnosticadas com câncer de mama, os pesquisadores forneceram um tablet que lhes permite acessar em tempo real informações sobre o diagnóstico, manejo do tratamento e efeitos colaterais.
A técnica também ajuda os pacientes que não podem viajar para um consultório médico para cuidados regulares, reduzindo seus custos.
"Nossa ferramenta se torna um sistema de assistência pessoal", disse Mynatt. "Eles podem interagir para obter conselhos para o dia a dia".
A pesquisa mostrou que essa abordagem "muda dramaticamente seu comportamento", afirmou.
Um número crescente de médicos e pesquisadores estão usando smartphones em seu trabalho diário, vendo-os como uma ferramenta útil para gerenciar dados de saúde eletrônicos e descobrir os ensaios clínicos mais eficazes, disse Gregory Hager, professor de ciência da computação da Universidade Johns Hopkins.
A realização de um ensaio clínico do início ao fim atualmente custa cerca de US$ 12 milhões, disse.
"A nova ideia consiste em microensaios randomizados, que devem ser muito mais eficazes, com dados mais naturais", afirmou.
Embora os custos também possam ser significativamente mais baixos, o campo ainda é novo e é preciso fazer mais pesquisas para descobrir como avaliar completamente a qualidade e a eficácia de tais testes.