A invenção foi publicada na revista científica britânica Ultrasound. De acordo com os cientistas do Instituto Marqu;s, em Barcelona, a criação do dispositivo trouxe um novo dado sobre o desenvolvimento do feto: segundo os autores, ele escuta e reage à música a partir do quarto mês de gestação ; até então, outros estudos afirmavam ser na 21; semana, pouco mais de cinco meses da gravidez.
Os pesquisadores partiram da ideia de que a única forma de um bebê em gestação ouvir músicas da mesma maneira que uma pessoa fora do ambiente uterino seria por via vaginal. Isso porque as ondas sonoras da música ambiente ou emitida por fones de ouvido colocados sobre a barriga da mãe precisam atravessar mais do que o dobro de camadas (entre elas, a pele, o tecido adiposo, os músculos e parede uterina), o que faz com que o som chegue à criança praticamente inaudível.
O Babypod, que já está sendo comercializado na Europa, foi testado em 100 grávidas voluntárias, com gestações entre 14 e 39 semanas. Os especialistas garantem que o invento não apresenta riscos para a gravidez, pois é feito com um material de silicone hipoalergênico e não possui bateria, bluetooth ou radiofrequência. Ainda assim, é contraindicado em casos de dilatação do colo uterino ou quando estão ocorrendo as contrações do parto, além de situações de infecção vaginal e de gestação de alto risco.
Nos testes, os cientistas compararam as reações do feto ; ou fetos, nos casos de gêmeos ; quando a música era transmitida por fones colocados na barriga e quando era emitida por via vaginal. O que chamou a atenção foi que, com o Babypod, os bebês reagiam à música, fazendo movimentos com a boca e a língua quando a música chegava pela vagina, o que os inventores supõem serem sinais de vocalização e estimulação à linguagem e à comunicação. ;O som que chega do exterior quase não é escutado pelo bebê. Ele o percebe como um sussurro e de forma distorcida porque os tecidos abdominais e do interior da mãe absorvem as ondas sonoras;, explica ao Correio a especialista em ginecologia Marisa López-Teijón, principal autora da pesquisa.
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