Você está no elevador e uma pequena tela indica a previsão do tempo para o dia. No shopping, um totem digital mostra as notícias do dia enquanto você passeia. No mercado, as ofertas são exibidas em um televisor e te lembram de buscar um produto que havia esquecido. Pode não ser tão perceptível, mas a cada dia estamos cercados de um número maior de painéis digitais. Sejam informativos ou publicitários, os chamados televisores out of home têm se mostrado uma boa estratégia para quem quer ser visto.
[SAIBAMAIS]Para se ter ideia, segundo dados do projeto Inter-Meios, relatório que mede o investimento em mídia em diferentes formatos, o segmento de mídia movimentou no ano passado mais de R$ 1 bilhão no país, crescimento de 26% ante o mesmo período de 2013. Não a toa, diversas empresas têm se interessado pela área. Uma delas é a Philips. A fabricante de materiais eletrônicos percebeu o potencial do mercado e há pouco mais de um ano trouxe ao país uma divisão denominada de Signage Solution, voltada especialmente para a área.
O Tecnologia conversou com Elcio Hardt, gerente de pré-vendas da área de Digital Signage da empresa, sobre as diferenças que os dispositivos para mídia exterior apresentam em relação aos televisores domésticos e quais os usos têm sido feitos dos dispositivos out of home.
Quais as diferenças entre os aparelhos out of home e televisores convencionais?
As diferenças são inúmeras, mas é possível selecionar algumas principais. A primeira diferença é a vida útil dos aparelhos. Muitos dos displays colocados na rua precisam funcionar muitas horas por dia, o mesmo o dia inteiro, e ainda assim, serem duradouros.Portanto a vida útil estimada desse tipo de dispositivo costuma serbem maior.
Outro aspecto bastante diferente é o brilho. Enquanto uma televisão normal costuma ter entre 250 a 280 nits - medida de brilho de telas - um display que fica em ambientes como shoppings e mercados necessita de 350 a 800 nits, de acordo com a luminosidade ambiente. Locais mais abertos e com alta luminosidade exigem telas ainda mais brilhantes para que as imagens possam ser vistas sem ficarem pálidas. Nesses casos, há aparelhos com até 2 mil nits para atender a necessidade.
Por fim, a robustez mecânica pode ser colocada como um fator preponderante para os equipamentos externos. A tevê da sala não costuma ser exigida, sofrer grandes variações de temperatura ou ser mudada de lugar com frequência. Assim, as fabricantes podem fazer televisores mais delicados, com 3 ou 4 cm de espessura, sem grandes problemas. Situação diferente dos displays out of home, que têm de lidar com manuseio frequente, mudanças climáticas, etc. E isso ainda com a obrigação de funcionamento pleno, afinal quem investe não quer ter problemas técnicos. Imagina, por exemplo, telas de serviços de vigilância. É preciso que o sistema seja robusto e seguro para que ele não dê problema.
Quais os usos mais comuns das mídias externas?
Não seria exagero afirmar que há dezenas de usos diferentes para o digital signage. Atualmente, redes de varejo têm usado as telas para anunciar produtos dentro da loja, shoppings contam com os displays, hotéis as usam próximas a salões para indicarem quais atividades estão sendo realizadas no local, hospitais usam os painéis para informar pacientes e mesmo a equipe médica, empresas de segurança utilizam em serviços de vigilância. Enfim, são usos muito variados.
E quais vantagens os painéis digitais oferecem em relação a mídias tradicionais?
O Digital Signage tem como principais características a flexibilidade e o dinamismo. Diferente de outdoors e nbanners tradicionais, as telas permitem imagens em movimento e variar os conteúdos exibidos com mais praticidade. No cinema, por exemplo, era preciso que uma pessoa trocasse cada cartaz das salas de exibição, demandando tempo e trabalho.
Com os televisores, é possível trocar a mensagem exibida de forma instantânea. Outra vantagem é o acesso remoto. Ou seja, caso uma empresa conte com diversas telas espalhadas. é possível atualizá-las de um único local, bastando que elas estejam conectadas ao mesmo sistema.
Em um mundo em que as pessoas estão cada vez mais concentradas nas telinhas dos tablets e smartphones, como fazê-las olhar para as telonas?
Acreditamos que as mídias não são excludentes, mas complementares. Os televisores out of home contam com características peculiares que o tornam bastante efetivos. Enquanto a publicidade nas emissoras de tevê dependem que o espectador esteja sintonizado em um canal, ou, no caso da internet, em que é preciso que o usuário pelo menos acesse a rede, as mídias digitais externas estão às vistas a todo momento, sem que haja qualquer ação do público.
E atualmente há avanços que podem maximizar ainda mais essa eficiência. Há casos de painéis que contam com câmeras e programas de reconhecimento facial capazes de verificar o perfil predominante do público e assm, de modo automático, exibir os conteúdos mais apropriados.
Em relação ao potencial do mercado, quais as expectativas da Philips para o setor aqui no Brasil?
A Philips já trabalha nesse setor há alguns anos ao redor do mundo. Aqui no Brasil, essa tendência começou a crescer recentemente e uma demanda surgiu. Assim, no ano passado, resolvemos trazer ao país a divisão de digital signature. Pssamos, então a produzir os equipamentos na fábrica da empresa em Jundiaí, próxima a São Paulo, de forma a comercializar produtos acessíveis e competitivos para o mercado local.
Desde então os retornos têm sido bastante positivos e o faturamento no primeiro trimestre de 2015 já é igual ao recebido no ano passado inteiro. A procura cresceu a ponto de contratarmos um grupo de vendas especializado apenas para atender esse segmento.
Assim, mesmo com algumas inseguranças que a economia tem passado, acreditamos que objetivos alcançados pelos clientes levem a uma continuidade dos investimentos no futuro e o setor continue crescendo.