Nesta segunda-feira (25/05) celebra-se o Dia da Toalha, data escolhida para homenagear a obra de Douglas Adams, autor da série cômica de livros de ficção científica O guia do mochileiro das galáxias, considerada uma das obras mais importantes da história do gênero. As celebrações são feitas em diversos países, mas, neste ano, pela primeira vez, o trabalho de Adams chegou ao espaço, graças à astronauta italiana Samantha Cristoforetti. Ela gravou um vídeo diretamente da Estação Espacial Internacional para comemorar a data.
O Dia da Toalha recebeu esse nome porque, segundo O guia do mochileiro das galáxias, a toalha é objeto mais fundamental que um viajante do espaço poderia ter, por servir a uma centena de finalidades que podem garantir a sobrevivência do mochileiro.
No vídeo, Cristoforetti lê o trecho do primeiro livro da série, no qual é explicada a importância da toalha. Confira a seguir a homenagem e, logo abaixo, a tradução da passagem, retirada da edição brasileira de O guia do mochileiro das galáxias.
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;A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; Pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas do rio Moth.
Pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você ; estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); Você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro;
E naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc., etc.
Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha ;acidentalmente perdido;. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.;
A origem do Dia da Toalha
A série O guia do mochileiro das galáxias teve cinco volumes escritos por Adams e foi publicada entre 1979 e 1992. A série é aclamada por fãs e críticos como um dos trabalhos mais influentes da ficção científica e Adams passou a ser considerado um dos escritores mais engraçados das últimas décadas.
O autor faleceu em 11 de maio de 2001, aos 49 anos de idade, devido a um ataque cardíaco. Três dias depois, usuários do Binary Freedom, um fórum de discussões online, sugeriram a criação do Dia da Toalha para celebrar a obra de Adams. A ideia ganhou adeptos e se tornou mundialmente conhecida.
No Dia da Toalha, os fãs mais fiéis saem às ruas com uma toalha pendurada de alguma forma, levando-a para o trabalho, escola ou qualquer outro lugar que tenham de ir ao longo do dia.
Para muitos, as comemorações tomaram um significado maior e a data também passou a ser considerada como o Dia do Orgulho Nerd. Isso causa debates até hoje entre diversos internautas, com muitos afirmando que não se devem confundir os dois conceitos e que 25 de maio é para celebrar apenas a obra de Adams.
O último livro publicado na série O guia do mochileiro das galáxias foi E tem outra coisa..., escrito por Eoin Colfer e lançado em 2009, no aniversário de 30 anos da publicação do primeiro volume.