Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Google e Amazon pagam para não terem propagandas bloqueadas pelo Adblock

Valor gasto pelas empresas para que publicidade nos sites não seja barrada chega a 30% da receita que seria obtida com anúncios caso não fossem excluídos pela extensão


Três gigantes do mundo da tecnologia, Google, Amazon e Microsoft, pagam valores altos ao Adblock para que a extensão não bloqueie propagandas exibidas nos sites dessas companhias. De acordo com reportagem do Financial Times, elas pagam o equivalente a 30% da receita que seria adquirida caso essas publicidades não fossem barradas pela programa.

[SAIBAMAIS]O Adblock Plus é considerado a extensão mais popular para bloquear diversos tipos de propaganda na internet, desde banners e pop-ups a vídeos. Segundo a Eyeo, companhia alemã dona do Adblock Plus, são mais de 50 milhões de usuários ativos por mês.

Diferentes sites já tinham a possibilidade de não serem barrados pelo Adblock Plus, graças ao recurso ;Propragandas Aceitáveis; da extensão, que permite que certos tipos de publicidade sejam exibidos por não serem considerados pelo programa como irritantes ou invasivos. Trata-se da forma como o Adblock Plus encontrou para não prejudicar páginas e portais menores que poderiam ser muito afetados pela redução da receita adquirida com anúncios. E esses sites não precisam pagar para entrarem na lista de autorizados.

Porém, segundo as fontes do Financial Times, Google, Amazon e Microsoft também estariam se beneficiando do recurso das propagandas aceitáveis, com a diferença de que elas têm de pagar (e muito) para não serem interditados pela configuração padrão do Adblock Plus.

Ao comentar sobre o assunto em entrevista ao Business Insider, o porta-voz da Eyeo Ben Williams disse que isso não deveria ser uma surpresa para ninguém, pois eles já têm trabalhado com o esquema de propagandas aceitáveis desde 2011 e, desde lá, têm falado muito sobre o recurso. ;Também é importante apontar que liberamos 90% das entidades no Propagandas Aceitáveis de graça, que os mesmos critérios são utilizados por pagantes e não pagantes e que usuários podem desligar o recurso, bloqueando todos os anúncios quando eles quiserem;, explicou Williams.

O porta-voz, porém, afirmou que não comentaria nada sobre a informação de que os valores pagos pelas grandes empresas seria de fato 30% sobre o valor que seria gerado caso os anúncios não fossem bloqueados.