Tecnologia

Derivado do carbono, grafeno é 10 vezes mais resistente que o aço

Material é capaz de absorver um choque com grande eficiência e pode, no futuro, ser usado para coletes blindados

Roberta Machado
postado em 28/11/2014 06:03
Clique na imagem para ampliarHá algum tempo o grafeno é considerado a grande promessa para fabricação de transistores mais eficientes, telas flexíveis e aparelhos mais leves e finos do que nunca. Agora, um novo estudo revela mais um possível uso para o supermaterial: coletes à prova de bala. As folhas bidimensionais de carbono foram submetidas a um teste de balística e provaram que são 10 vezes mais resistentes do que o aço. Esta foi a primeira vez que pesquisadores mediram a reação do grafeno a um impacto dinâmico, e o experimento mostrou como as redes hexagonais de carbono são capazes de absorver um choque com grande eficiência.

O estudo foi feito com conjuntos de folhas do supermaterial sobrepostas umas às outras. Os cientistas usaram quantidades diferentes de grafeno, que variavam de 30 a 300 camadas. Como o material é bidimensional, ou seja, praticamente não tem espessura, o conjunto com centenas de placas mal ultrapassava um milésimo de um fio de cabelo.

As finíssimas folhas foram bombardeadas com microbalas de sílica. Os projéteis eram lançados com laseres, que capturavam detalhes do choque entre as esferas e o grafeno. Para aferir quanto impacto o supermaterial suportava, os pesquisadores calcularam a velocidade das balas antes e depois de atingir o alvo. A diferença entre os dois valores mediu a força recebida pela placa antes de arrebentar. ;Se um material causa uma grande mudança na energia cinética de um projétil, ele pode ser mais vantajoso para o uso em proteções contra balas;, resume Jae-Hwang Lee, professor do Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial da Universidade de Massachusetts.



O teste comprovou que o grafeno dissipa a energia de um impacto súbito modificando sua forma. O material esticou quando foi tocado pela bala, formando uma espécie de cone. O fenômeno foi registrado por uma supercâmera, que mostrou a deformação. Depois disso, a força da bala, calculada para penetrar o material, venceu a resistência e quebrou a placa em várias direções.

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