Greg Sterling, analista da Opus Research, destaca que "o tamanho da transação é realmente imponente e isso fará falar de bolha", embora o Facebook esteja disposto a se arriscar porque os meios sociais "estão na moda" e no próximo ano "pode aparecer outro aplicativo".
Por outro lado, Sterling acredita que o Facebook aceitou pagar essa quantia "em resposta à frustração de não ter podido comprar o Snapchat", outro serviço de mensagem instantânea.
- Forte posicionamento na Internet -
Contudo, a juventude foi o fator chave desta aquisição. O Facebook "realmente necessita de ferramentas para chamar a atenção dos usuários mais jovens e o Instagram (um aplicativo para compartilhar fotos e vídeo nas mãos da empresa de Zuckerberg) não pôde fazer isso sozinho", aponta.
De fato, após 10 anos de existência, a rede social corre o risco de se transformar no "ancião" deste setor e perder sua influência nas gerações mais jovens, que já estão presas aos smartphones.
Com a compra do Instagram e do WhatsApp, o Facebook "está se transformando em uma holding" de distintos aplicativos, opina Sterling. Apesar disso, o aplicativo de mensagens instantâneas manterá seu conselho de administração e funcionará de forma independente dentro da rede social.
Segundo os analistas da Deutsche Bank, a operação da empresa de Zuckerberg "reforça sua posição de empresa número um no (âmbito) móvel no mundo (exceto na China)", graças a seus três estandartes: Facebook, Instagram e WhatsApp.
Jim Goetz, da empresa Sequoia Capital, considera que o preço da aquisição é justificado porque "o WhatsApp transformou as comunicações pessoais".
Contudo, o especialista lembra que o sistema de mensagens está "muito subestimado" nos Estados Unidos, ao contrário do que acontece no resto do mundo.
Roger Kay, da Endpoint Technologies, tem claro que o WhatsApp se transformou em um dos aplicativos mais populares, o que lembra o Skype, o programa de telefonia online que também conta com milhões de adeptos.
Em sua opinião, a operação de compra também tem sentido dado o valor da ação do Facebook, que atinge níveis recorde desde sua difícil entrada na bolsa em 2012.
"Quando se tem uma ação assim, que avança a toda velocidade e que produz muito valor, é bom transformá-la em outro valor" mais concreto, conta à AFP.
Os analistas do Deutsche Bank avaliam a operação como "ofensiva" e que o "Facebook continuará sendo astuto em um momento em que foca no setor móvel seu modelo de negócio e sua estratégia".