Isabela de Oliveira
postado em 19/02/2014 09:46
Sara vive com os dois filhos em Puente Alto, de classe média baixa em Santiago, no Chile. Há quatro anos, a cabeleireira utilizou pela primeira vez um computador, depois que os filhos, um rapaz de 22 anos e uma moça de 18, a apresentaram à tecnologia ;Eu queria fazer pesquisas sobre penteados, mas tinha muito medo;, conta Sara, que participou de aulas de informática para superar o receio. ;Minha filha tem sido minha professora e sempre faço perguntas a ela. Ela criou minha página no Facebook e me ensinou a usá-lo;, comemora a, agora, integrante do mundo digital.
A história de Sara é uma das muitas colhidas por Teresa Correa, pesquisadora da Universidade Diego Portales, que entrevistou mais de 250 moradores da capital para entender como acontece a transferência de conhecimento sobre as novas tecnologias entre gerações. As conversas e os questionários mostraram que os jovens são mesmo importantes professores para os mais velhos: cerca de 40% dos filhos ouvidos disseram ter ajudado os pais a usarem redes sociais na internet e a tecnologia touch screen. Em outros equipamentos e serviços, como e-mails, laptops e smartphones, o índice de ajuda variou de 18% a 35%.
Apesar de ter sido feito em outro país, o estudo remete a uma realidade muito comum no Brasil, constatada por especialistas. ;As crianças hoje já nascem nesse mundo, estão imersas na vida digital. Então, o aprender faz parte da brincadeira, é prazeroso. Para os adultos, é sempre um desafio, mas para crianças aprender é a transição de uma coisa para outra;, afirma Regina de Oliveira Heidrich, professora doutora da Universidade Comunitária Feevale, no Rio Grande do Sul.
O casal Juraci e Galdino Simas, 71 e 75 anos, respectivamente, também ensaia o uso de algumas tecnologias, como o notebook e o celular, mas acham difícil entender o funcionamento das máquinas. Dependem dos netos Camila, 13, e Pedro Henrique, 21 anos, para manuseá-las. Como a paciência é mais curta na adolescente, cabe mais ao universitário ajudar os avós, principalmente na hora de acessar e-mails. ;Meu avô sente mais dificuldade em entender as coisas, já minha avó sofre para manusear o aparelho, na parte sensível mesmo, a do toque;, conta Pedro Henrique.
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