Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

EUA aprovam tecnologia para carros 'falarem' entre si para evitar acidentes

A aprovação acontece depois de um projeto de testes iniciado em 2012, no qual foram usados veículos equipados com dispositivos sem-fio para alertar os motoristas sobre perigos específicos

Parece ficção científica, mas os carros que circulam por estradas americanas em breve poderão "falar" entre si para evitar acidentes. Autoridades americanas autorizaram na segunda-feira (3/2) o uso de tecnologia de comunicação "veículo a veículo", que permite trocar dados de segurança básicos, como velocidade e posição, para ajudar a evitar colisões.

"A tecnologia ;veículo a veículo; representa a próxima geração de melhorias de segurança em carros, depois de avanços que permitiram salvar vidas, como os cintos de segurança e os ;airbags;", disse o secretário de Transporte dos Estados Unidos, Anthony Foxx, ao anunciar a aprovação.

"Ao ajudar os motoristas a evitar acidentes, esta tecnologia terá um papel-chave para melhorar os deslocamentos, garantindo, ao mesmo tempo, que os Estados Unidos continuem sendo líderes na indústria mundial do automóvel", prosseguiu.

A aprovação acontece depois de um projeto de testes iniciado em 2012, no qual foram usados veículos equipados com dispositivos sem-fio para alertar os motoristas sobre perigos específicos, como uma colisão iminente em um cruzamento ou um veículo parado mais adiante.

Segundo as autoridades, esta tecnologia pode ajudar a evitar colisões traseiras, pela troca de faixa ou em interseções, mas esclareceram que o sistema não inclui tecnologia de frenagem automática ou de mudança de direção.

A Administração Nacional de Segurança nas Estradas (NHTSA) informou que apresentará um relatório aberto a comentários do público com o objetivo de estabelecer normas para esta nova tecnologia.



A agência informou que os sistemas levarão em conta a "segurança e a proteção da privacidade" para garantir que os veículos possam confiar em mensagens enviadas de outros veículos.

"Dentro de algumas décadas, o mais provável é que olhemos este período como um em que a segurança do transporte mudou consideravelmente para melhor", afirmou David Friedman, da NHTSA, comparando-o à introdução de normas para cintos de segurança e os "airbags".

Scott Belcher, da Intelligent Transportation Society of America, grupo comercial que representa as indústrias de transporte e tecnologia, comemorou o anúncio.

"Embora a indústria automobilística tenha dado grandes passos para reduzir as mortes e lesões após um acidente, o grande passo seguinte é permitir a comunicação em tempo real entre veículos e com o mundo que os cerca para evitar, com isso, todos os acidentes", indicou Belcher em um comunicado.