As também denominadas tevês 4K, em referência à resolução de suas telas, que se aproximam dos 4.000 pixels (com frequência 3.840 x 2.160), estão na vanguarda da tecnologia desde o ano passado, promovidas pelos fabricantes que não hesitam em elogiar sua qualidade "cinematográfica".
No entanto, a aquisição desses aparelhos continua limitada, com vendas mundiais esperadas para este ano entre 2 e 2,5 milhões de unidades, segundo a Associação de Eletrônica de Consumo dos Estados Unidos (CEA).
Um dos principais entraves destacados pelos especialistas é a falta de conteúdos adaptados que justificariam um verdadeiro investimento nesses televisores.
"É um clichê dizer que o conteúdo é rei, mas quando falamos da televisão 4K ultra HD, é ele quem reina sobre as decisões dos consumidores", comentou Mike Lucas, encarregado da divisão de eletrodomésticos da Sony.
Assim, o grupo japonês e outros fabricantes pegaram o touro pelos chifres e anunciaram na segunda-feira associações destinadas a aumentar o volume de conteúdos ultra HD.
Associações com empresas de vídeos online
A LG Electronics e a Sony contam, em grande parte, com a Netflix. Seus novos aparelhos de TV devem permitir assistir a partir deste ano em streaming (sem download) a filmes e séries disponibilizados em 4K pela empresa americana.
Além da Netflix, a Samsung também anunciou uma associação com o serviço de vídeo online da Amazon e com grupos de televisão como Comcast e DirectTV para reforçar a oferta de conteúdos com a esperança de "acelerar a adoção dos consumidores", destacou em um comunicado.
"O streaming será a principal forma pela qual os consumidores receberão os conteúdos 4K", assegurou Reed Hastings, diretor-geral da Netflix, ao destacar que seu grupo desenvolverá sua oferta de vídeos filmados e pós-produzidos em 4K. Esse será o caso da segunda temporada de sua popular série original "House of Cards".
A Amazon também anunciou recentemente que produzirá séries em formato ultra HD, enquanto o site de vídeos YouTube prevê fazer demonstrações de difusão de conteúdos 4K no CES.
Outros pequenos atores vêm neste setor uma grande oportunidade de crescimento.
A empresa californiana Nanotech apresenta no CES um reprodutor denominado Nuvola que permitirá assistir a vídeos 4K provenientes de grandes sites de streaming ou de sua biblioteca própria. Além do acesso a conteúdos, a Nanotech aponta outro problema do HD: os volumosos arquivos que complicam a transmissão.
Segundo um de seus fundadores, David Foley, a vantagem do Nuvola é que se adapta à qualidade da rede do usuário, que "não precisa de uma rede especial como a fibra".
Já a americana Dolby propõe uma tecnologia Dolby Vision, que promete uma imagem com cores e contrastes mais realistas, também compatíveis com telas ultra HD.