A China Mobile tinha mais de 750 milhões de assinantes em outubro, 24 milhões dos quais podem comprar um iPhone no ano que vem, segundo uma estimativa do grupo Cantor Fitzgerald Research. Trip Chowdhry, analista da Global Equities Research, tem uma previsão mais baixa, de entre 15 a 20 milhões de smartphones vendidos no primeiro ano, apesar de insistir que o iPhone será "um produto afetivo que atrairá os consumidores a família Apple".
"Em todas as regiões, 40% a 60% das pessoas que compram um iPhone compram depois um iPad e 10% a 20% um (computador) Mac", explicou à AFP.
O anúncio feito este domingo é "muito importante do ponto de vista financeiro, já que nenhuma destas cifras foi considerada nas estimativas dos analistas" sobre os resultados da Apple, destacou.
Chowdhry considerou, além disso, que o acordo também é positivo para a China Mobile em termos de imagem, porque os compradores do iPhone "serão importantes usuários de seus serviços de dados móveis".
Concorrência de smartphones menos caros
A China Mobile dispõe atualmente de sua própria rede de telefonia de terceira geração, conhecida como 3G, que até agora não era compatível com nenhum modelo iPhone.
O governo chinês concedeu, no começo de dezembro, junto a outros dois operadores, licenças para desenvolver uma rede de quarta geração (4G) muito mais rápida. A empresa de pesquisas IDC estima que, em 2014, podem ser vendidos na China 450 milhões de smartphones. Os iPhones continuarão competindo com smartphones mais baratos que operam com Android, pertencente ao Google.
Ramon Llamas, analista da IDC, reconhece que a Apple poderia provocar mais uma dor de cabeça a sul-coreana Samsung e outros fabricantes chineses.
"Resta ver o preço e até que ponto o iPhone será acessível para os clientes da China Mobile. Mesmo com 700 milhões de clientes, nem todos poderão se permitir", alertou.
A Apple pode, contudo, ser mais agressiva nos preços de seus produtos que em outros países. "As margens na China podem ser um pouco melhores porque o produto será fabricado" no país, disse Chowdhry, "porque não há custos de envio".