Washington - O Google anunciou nesta quinta-feira (19/12) que observou um aumento significativo no início de 2013 no número de pedidos de governos do mundo inteiro para eliminar conteúdos on-line - em muitos casos, por razões políticas.
Em uma atualização de seu "relatório de transparência" do primeiro semestre do ano, o Google destacou que houve um aumento de 68% no número de pedidos em relação ao semestre anterior, liderados por um forte crescimento na Turquia e na Rússia.
Embora "não se trate de um panorama completo da censura on-line", o informe atualizado "mostra uma preocupante tendência crescente no número de solicitações governamentais, e ressalta a importância da transparência em torno da gestão desse tipo de pedido", explicou a diretora do setor jurídico do Google, Susan Infantino, em um texto postado no blog da companhia.
"À medida que continuamos fornecendo dados, esperamos que sejam cada vez mais úteis e informativos para o debate das políticas e nas decisões em todo o mundo", acrescentou. Entre janeiro e junho de 2013, o Google diz ter recebido 3.846 pedidos de governos para eliminar 24.737 trechos de conteúdo.
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"Nos últimos quatro anos, uma preocupante tendência se manteve presente: governos continuam nos pedindo para remover conteúdo político", declarou Infantino. Em termos gerais, o Google disse ter eliminado conteúdo em 36% dos casos, dos quais 54% eram ordens judiciais.
Na Turquia, por exemplo, o número de pedidos de remoção de conteúdos aumentou 966%. Entre eles, estava uma ordem judicial para eliminar buscas que levavam a políticos e escândalos sexuais - não atendidos pela empresa.
Já na Rússia os pedidos subiram 125% e incluíram 235 solicitações para remover conteúdo que violava restrições de Internet, de acordo com a legislação russa. Dessas, o Google apagou 115.
Nos Estados Unidos, o Google recebeu 27 pedidos de agências federais para que se desse baixa a 89 aplicativos de sua loja on-line, Google Play, alegando que violavam direitos autorais. O Google eliminou 76.