Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Facebook recorre à inteligência artificial para conhecer usuários

A empresa com sede na Califórnia contratou um professor Universidade de Nova York para chefiar um laboratório de inteligência artificial



"O único limite que temos é quanta gente inteligente há no mundo que podemos contratar", afirmou o matemático e cientista da computação.

O laboratório terá instalações em três cidades - Nova York, Londres e o quartel-general do Facebook em Menlo Park (Califórnia) - e fará parte da ampla comunidade de pesquisas de inteligência artificial, segundo LeCun, que começará seu novo trabalho em janeiro mas continuará na Universidade de Nova York.

O movimento do Facebook segue a incursão do Google na inteligência artificial e sua notável aquisição, neste ano, da DNNresearch, uma empresa inovadora criada pelo professor da Universidade de Toronto Geoffrey Hinton e dois de seus alunos, que desenvolveram uma tecnologia que replica modelos computadorizados de algumas funções do cérebro, como o reconhecimento de discurso e repetição de padrões.

Fazendo ;pensar; os computadores

A inteligência artificial pode ajudar os computadores a "pensar" de forma similar aos humanos e ajudar a resolver problemas. Um dos exemplos mais famosos é o computador da IBM "Watson" que venceu os humanos participantes do concurso de perguntas e respostas na televisão "Jeopardy".

LeCun é conhecido por ter criado uma primeira versão de um algoritmo de reconhecimento de padrões que imitam parte do córtex visual do cérebro dos animais e humanos.

Suas pesquisas recentes incluem a aplicação de métodos de "aprendizado profundo" para entender uma cena visual exibida por veículos sem motorista, pequenos robôs voadores e também em sistemas de reconhecimento de voz.

James Hendler, que chefia o Instituto Rensselaer para a Exploração de Dados e Aplicativos, afirmou que o Facebook já usa alguns algoritmos de inteligência artificial para seu "gráfico de rede social", mas a aplicação disto em fotos, vídeos e outros dados "multimídia" requer um impulso.

"Espero que a curto prazo se concentrem principalmente em melhorar os algoritmos existentes, por exemplo, em uma seleção melhor do que se mostra no feed de notícias do usuário", disse. "Deveríamos ver muitas mais capacidades como busca de fotos de temas nos quais possamos estar interessados", destacou.

"Tem havido muita especulação sobre o abandono do Facebook pelos usuários porque eles não estariam contentes com o feed de notícias, que não os deixa ver muitas coisas que gostariam de ver de seus amigos", disse.