A interação homem-máquina está prestes a cruzar uma nova fronteira: a do sabor. Ao menos, esse é o sonho do engenheiro do Sri Lanka Nimesha Ranasinghe, cujo trabalho é dedicado a criar tecnologias vestíveis que estimulem os sentidos. Foi nos estudos de doutorado em Cingapura que ele desenvolveu uma interface eletrônica de paladar, capaz de causar na língua uma sensação similar à de provar um alimento. O aparelho não usa nenhum tempero ou composto químico: o gosto artificial é criado unicamente por pulsos eletrônicos projetados para enganar as papilas.
Em um vídeo, o pesquisador cingalês aparece realizando o sonho de muitos internautas: passa os dedos por desenhos de sobremesas em um laptop e os leva à boca, como uma criança que finge provar a cobertura de um doce de mentira. Em outro cenário, lambe a tela do computador na qual é exibido um delicioso bolo de morango. Mas, claro, essa é só uma interpretação do que o cientista quer criar no futuro. Por enquanto, a invenção limita-se a um dispositivo um pouco menor do que uma caixa de sapato em que eletrodos são usados para a simulação do sabor.
A interface de língua, como é chamada, tem duas placas eletrônicas conectadas a um sistema que controla a temperatura. Encaixadas na parte de baixo e de cima do órgão, as peças metálicas usam um estímulo elétrico para transmitir a falsa sensação de gosto para as papilas. Para cada gosto, uma sequência de aquecimentos e resfriamentos e uma corrente de diferentes amplitudes são disparadas na boca do usuário, enganando o paladar.
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