Lima ressalta que, historicamente, a empresa japonesa traz para o Brasil produtos bem mais caros do que dos concorrentes, só que a qualidade tecnológica de seus lançamentos era até então incrivelmente superior. ;Isso agora não mais ocorre: o Xbox One é um aparelho de excelente qualidade. Os dois equipamentos são praticamente os mesmos;, garante.
Ele lembra que o PS3 chegou ao Brasil em 2006 custando cerca de R$ 7 mil, mas se saiu bem por falta de concorrentes. ;O Xbox 360 veio mais tarde, mas esquentava muito e apresentava vários outros problemas técnicos. Quando suas três lâmpadas amarelas acendiam, podia-se jogar o console fora. Essa diferença de qualidade não existe mais, o que nos leva a crer que o PS4 será um fracasso de vendas aqui;, afirma o gamer. Para Lima, a tabela apresentada pela Sony, em que a companhia tenta justificar o preço do console, é confusa e se baseia em informações tendenciosas.
Para ele, qualquer opção de compra do PS4 pelo usuário, que não seja a aquisição no varejo por esse preço, será bem mais viável. Se o gamer o trouxer dos Estados Unidos, ele sairá por apenas US$ 399 mais pequenas taxas, o que fica dentro da cota de importação para viagens ao exterior. Se for via importação direta, o preço, segundo ele, não chega a R$ 2 mil. ;Fiz uma simulação de compra pelo e-Bay e, mesmo com o frete e os 50% de impostos sobre produtos importados que a gente paga, o preço ficaria em torno de US$ 800, para uma importação inteiramente legalizada. Até mesmo se o usuário comprar no Paraguai, onde lançamentos no país vizinho normalmente custam 40% a mais do que o preço em Miami, a aquisição é bem mais vantajosa. De fato, não dá mesmo para entender o que se passa, ou passou, na cabeça dos executivos da Sony para esse preço, que, para mim, será o tiro no pé mais profundo de toda a existência da empresa;, completa.
SERÁ MESMO SÓ QUESTÃO DE MÉRITO?
Sobre o Xbox One, da Microsoft, ser no Brasil perto de 50% mais barato do que o PS4, a Sony simplesmente diz que o mérito é da empresa norte-americana, e que há somente duas formas de conseguir pôr no mercado um videogame por tal valor: contar com um subsídio massivo ou fabricá-lo no local. Executivos da empresa revelam ser muito frustrante ver o concorrente oferecer um produto quase pela metade do preço, mas que a companhia japonesa não consegue chegar a essa oferta por causa das taxas brasileiras e por ainda não poder produzi-lo no país. A Microsoft prefere não comentar o assunto, pelo menos por enquanto.