Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Usina experimental no Reino Unido usa a atmosfera como matéria-prima

A máquina foi desenvolvida em 1883 e chegou a ser produzida em escala de protótipos por 20 anos. O projeto recebeu mais de R$ 35 milhões em financiamento neste mês para manter as pesquisas

A crise energética levou um grupo de pesquisadores do Reino Unido a olhar para o passado em busca de soluções. Muito antes do desenvolvimento do biodiesel e de a alta do petróleo tirar o sono dos motoristas, veículos movidos a ar eram a promessa do futuro. A máquina foi desenvolvida em 1883 e chegou a ser produzida em escala de protótipos por 20 anos, até que a eficiência da gasolina a tirou das ruas. Mais de um século depois, a preocupação com o meio ambiente falou mais alto, e o desenvolvimento da tecnologia permitiu que cientistas considerassem aperfeiçoar a técnica criogênica, que liquidifica o ar para armazenar energia. A ideia, que parecia um projeto de ciências escolar, ganhou proporções e já chama a atenção de empresas e investidores.


O primeiro fruto da aposta no ar líquido surgiu na ilha britânica de Grain, em Kent, onde uma linha de pesquisa da Universidade de Leeds resultou na primeira usina do tipo já erguida. O projeto piloto foi construído em 2010 e chega a armazenar 350Kw, o suficiente para abastecer 100 casas ligadas à rede elétrica da região. O projeto, que foi aprovado em testes de rendimento e chegou a ser usado em momentos de pico do consumo de energia do país, recebeu mais de R$ 35 milhões em financiamento neste mês para manter as pesquisas.