É o caso das mobilizações virtuais. ;Os jovens estão ignorando a representação política, cortando o caminho e fazendo eles mesmos o que precisam. Pessoas que não se conhecem podem se unir em torno de uma ideia que, por meio da internet, tem a possibilidade de ganhar adesão;, explica Melissa de Miranda, autora do livro Geração Y ; No limite do tédio.
Pouca prática
Conhecedores a fundo dos recursos tecnológicos, a geração Y ainda precisa entender melhor os mecanismos que envolvem as questões sociais. Muitas vezes, a força das manifestações nas redes sociais é muito grande, mas sem efeito prático. ;O que a gente acaba vendo é muita manifestação virtual ; fora isso e fora aquilo ; e pouca mobilização real. O jovem ainda precisa entender melhor o que é a manifestação política e fazer dela algo efetivo;, acrescenta Sidnei de Oliveira, consultor e especialista em gerações X e Y.
Alan Renner, de 25 anos, formou-se em direito pela Universidade Federal de Londrina (UEL) e veio para Brasília em 2011 com o objetivo de ingressar no Instituto Rio Branco. Com o tempo, foi amadurecendo seu posicionamento político e analisando mais a fundo os efeitos das redes sociais. ;Eu já fui mais engajado quando estava na faculdade, mas acomodei um pouco agora;, explica. Alan acha a internet interessante como um lugar de organização social, mas tem ressalvas com relação a essa prática. ;O que acho ruim é que fico com a impressão de que as pessoas entram no Facebook e compartilham a imagem de um protesto ou assinam uma petição on-line e sentem como se tivessem cumprido seu dever;, ressalta o paranaense.