;Eu nunca consigo fechar um zíper. Talvez isso signifique algo, o que você acha?; As palavras provocantes de Rita Hayworth, em Gilda (1946), não só convidavam o personagem de George Macready a fechar o provocante vestido da musa, mas também consagraram o fecho éclair como um ícone da moda. Até então, o mecanismo era típico das roupas militares e das bolsas de carteiros, num tempo em que seu visual era grosseiro demais para a delicada figura feminina. Se hoje o zíper reina sobre calças jeans e malas, é porque a invenção passou por um século de aperfeiçoamentos antes de garantir um confortável espaço na indústria da moda.
A ideia de construir uma série de peças encaixadas ao deslizar de um cursor surgiu em 1893, quando Judson Whitcomb se cansou de lutar contra a barriga avantajada para alcançar os laços do sapato. A patente descrevia a invenção como ;duas bases flexíveis travadas e soltas por um dispositivo deslizante montadas nos dois membros;, algo que remete ao design conhecido hoje, mas que, visualmente, mais lembrava um aparato de tortura medieval. Os laços dos sapatos de Witcomb eram presos por afiadas pontas metálicas que se soltavam com muita facilidade, o que tornou o invento pouco atrativo e longe do sucesso comercial.