Heins disse que a nova BlackBerry não trata apensas de novas plataformas e produtos, mas também de "ajudar os empresários de sucesso e as mães trabalhadoras", e que Keys terá um papel nesse sentido. Keys, que contou que voltou a ter um telefone BlackBerry depois de experimentar outros aparelhos, disse que o cargo a permitirá "trabalhar com pessoas do mundo do espetáculo e da música" para ajudar a melhorar a experiância BlackBerry.
Este lançamento é visto como crucial para a BlackBerry, que dominava o mercado dos smartphones antes da Apple lançar seu iPhone e outros fabricantes começarem a utilizar o Android. Segundo a empresa, o novo sistema operacional permitirá os clientes trocar de aplicativos, sem passar primeiro pela página inicial, melhorando a eficiência e a funcionalidade multitarefa.
Outra vantagem do BlackBerry 10 é a função "Balance", um sistema que permite aos usuários separar as comunicações profissionais dos aplicativos de música, fotos e outros usos pessoais de um smartphone. Isso significa que se um usuário muda de emprego, a empresa pode desativar o lado corporativo do aparelho sem afetar os dados pessoais do ex-funcionário.
"Este é o primeiro passo na recuperação do BlackBerry e acredito que foi feito um bom trabalho até agora, mas ainda há muito mais passos a dar", disse o analista independente Jeff Kagan. "Teremos que esperar e ver, mas até agora, tudo bem." Kagan disse que o novo BlackBerry "será um forte competidor para a terceira posição. Não se aproximará dos números um ou dois, onde estão o Google e a Apple, mas o mercado quer ter mais opções".
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Nova oportunidade
O desempenho recente da RIM em Wall Street sugere que o mercado está aberto ao BlackBerry 10. As ações da empresa canadense subiram mais de 30% desde o começo do ano, apesar das quedas nos últimos dois dias. Carolina Milanesi, analista da Gartner especializada em aparelhos eletrônicos, disse que o objetivo deste relançamento da empresa "é recuperar a confiança na marca BlackBerry e captar tanto os consumidores e como as empresas".
Milanesi disse que um lançamento pelo menos dará à empresa "uma oportunidade para entrar em jogo", mas alertou que a BlackBerry tem pouca margem de erro, após atrasar vários meses o lançamento do BlackBerry 10. "Não serão perdoados pelos erros", opinou.
As ações de BlackBerry caíram 4,4% nesta quarta-feira após os anúncios, a 14,98 dólares. Segundo a empresa de pesquisas IDC, a participação da BlackBerry no mercado global de smartphones caiu 4,7% em 2012, com o Android respondendo por 68% e o iOS da Apple, 18,8%. Contudo, com 80 milhões de usuários, e uma popularidade ainda forte fora da América do Norte e Europa, muitos analistas aconselham a não enterrar a empresa canadense por enquanto.