Abrir um buraco na parede e, através dele, observar vividamente toda a trajetória dos míticos seres criados por J. R. R. Tolkien. Essa é a sensação que Peter Jackson deseja oferecer ao público que assistir a O hobbit ; Uma jornada inesperada nas salas equipadas com a tecnologia High Frame Rate (HFR), que permitiu a filmagem e a projeção da obra a 48 quadros por segundo (fps, na sigla em inglês). Há mais de 80 anos, convencionalmente, a indústria cinematográfica trabalha com metade dessa proporção (24fps). Na mesma onda de inovação, o diretor James Cameron já anunciou a intenção de filmar a sequência da maior bilheteria de todos os tempos, Avatar, a uma taxa de frames ainda maior. A proposta dos dois diretores é alcançar uma imagem hiper-real, muito próxima ao que o olho humano capta cotidianamente.
Para entender como funciona a tecnologia utilizada por Jackson, é preciso voltar ao fim da década de 1920, quando o cinema encontrou uma de suas primeiras inovações: o som. Foi nesse momento que a velocidade em que os quadros são projetados na tela precisou de uma padronização para encontrar sincronia com a música. Até aquele momento, essa velocidade variava entre 16fps e 18fps, e a câmera era acionada manualmente, por uma manivela.