Berlim - Os aparelhos ou dispositivos tecnológicos mais fáceis de se usar ou considerados adaptados à terceira idade ocupam um lugar importante no atual Salão Eletrônico IFA de Berlim. São celulares com teclas maiores, aspiradores de pó robotizados que não dão dores nas costas do usuário, por exemplo, assim como as últimas novidades em termos de aparelhos auditivos.
Segundo a Eurostat, na Europa, a Alemanha é o país que conta com o maior número de habitantes com mais de 65 anos. "Trata-se de um mercado importante e em pleno crescimento", explica Markus Schmitt-Fumian, vice-presidente dq Gigaset, uma companhia alemã especializada em telefonia fixa. "O design é muito importante, mas quem configura os telefones não são os septuagenários e sim um filho ou uma filha", explica.
Beate Munkelt, uma dentista de Münster que veio com seu marido Andreas visitar a exposição, explica que tem muita dificuldade em encontrar um telefone celular que não seja cheio de opções de que não precisa. "Muito prático, elegante e fácil de usar", elogia Beate ao avaliar um celular exposto numa dos stands da feira. Os usuários não são necessariamente todos de pessoas de idade, pois há também gente mais jovem que prefere usar aparelhos mais simples ou mais resistentes, segundo Schmitt-Fumian.
No entanto, o salão este ano organizou uma visita guiada diária de duas horas de duração para pessoas de idade, já que a demanda dessa faixa etária aumentou, afirma Dirk Koslowski, chefe do projeto do IFA, que este anos abriu ao público em 31 de agosto, dois dias depois da apresentação à imprensa. "As pessoas de idade gostam de jogar golfe, trabalhar no jardim, velejar", diz Eveline Pupeter-Fellner, diretora-geral da Emporia, uma empresa austríaca especializada em telefones celulares para pessoas de idade. Ela mostra um telefone com uma estrutura reforçada e que também pode ser utilizado quando se está na água.
Outros aparelhos possuem uma tecla de chamada de emergência, uma led de iluminação integrado e até mesmo uma função geolocalização, para que os familiares possam se inteirar de onde o usuário se encontra, em caso de necessidade. Thomas Katlun, encarregado na Alemanha das relações públicas da empresa americana iRobot, acredita que o mercado dos "robôs auxiliares" das pessoas vão se desenvolver rapidamente nos próximos anos. "Não serão do tipo C-3PO (o robozinho de "Guerra nas Estrelas"), ou do tipo que abrião latas de conserva ou algo do tipo, mas ajudarão o humano a se comunicar ou fazer limpeza, por exemplo", explica. "Parece ficção científica, mas não está tão longe de nós", conclui.