Barcelona - A gigante americana da tecnologia, Microsoft, revelará nesta quarta-feira (29/2) seu novo sistema operacional, o Windows 8, durante o Mobile World Congress, em Barcelona, para tentar recuperar o espaço perdido para as líderes Apple e Google, enquanto outros tentam uma nova chance, como o Mozilla. Os sistemas operacionais são elementos fundamentais dos smartphones, são eles que transformam os aparelhos em telefones inteligentes, que podem assim navegar na internet e acessar um universo de aplicativos.
O lançamento da versão teste do Windows 8, que chega depois do Windows 7 lançado em outubro de 2010, será acompanhada da abertura de uma loja na internet de aplicativos desenvolvidos sob medida para este programa, que ambiciona concorrer com o Android do Google e o iOS da Apple nos tablets, além dos computadores.
No Congresso de Barcelona, encontro anual do setor que acontece na ausência da Apple, o aumento da força do Google é claramente sentido: a grande maioria dos novos telefones apresentados nesta ocasião funciona com o Android. Já a Microsoft é uma gigante da informática, faz girar mais de 500 milhões de computadores pelo mundo, mas sua entrada no universo dos smartphones não obteve o sucesso esperado. A empresa se associou em 2011 à Nokia, mas, também neste caso, o sucesso não superou as expectativas.
A nova versão de seu sistema operacional é, portanto, um grande desafio. O seu objetivo é "convencer as comunidades de desenvolvedores (de aplicativos), com um portfólio de terminais suficientemente extenso para permitir que o Windows se torne a famosa terceira plataforma tão esperada, estima Thomas Husson, do escritório Forrester. Enquanto isso, outros esperam uma chance com o Mozilla, criador de Firefox, um navegador gratuito, uma alternativa contra a hegemonia do Internet Explorer. A companhia anunciou o seu desejo de fazer a mesma operação para os utilizadores de aparelhos móveis, com um novo sistema operacional aberto, cujo objetivo é fazer baixar os preços dos smartphones.
As ideias é que a plataforma seja completamente integrada a web, o que significa que todas as funções do aparelho, incluindo telefonar e enviar mensagens SMS, até navegar na internet. Isso eliminaria o máximo de camadas de softwares intermediários, que exigem muita memória e processadores rápidos, fortes e caros, de acordo com a Mozilla. "Vemos o mundo do mobile recriar as barreiras que existiam na década de 1990 com a AOL", disse à AFP Brendan Eich, CEO do departamento de tecnologia da Mozilla, referindo-se às restrições impostas pelo provedor de acesso à Internet anos atrás.
O Mozilla quer "revolucionar" o sistema fechado e abrir a concorrência para mais inovação. Ele escolheu como parceiro a Telefônica, o gigante espanhol, com o objetivo de lançar smartphones que funcionam com o novo sistema já neste ano. Para Carlos Domingos, diretor de desenvolvimento digital da Telefônica, o projeto terá o foco voltado para o desenvolvimento massivo na América Latina, onde os smartphones não têm tido muito sucesso devido aos custos exorbitantes.
A Telefônica investirá principalmente no Brasil porque o país tem uma taxa de penetração de telefones celulares de 75%, mas de apenas 5% para smartphones. Um celular com a plataforma Mozilla poderia custar "mais de 10 vezes menos" do que o iPhone, de acordo com Domingos. Poderá até ser competitivo com o telefone mais barato da categoria, o Lumia da gigante finlandesa Nokia, que utiliza a plataforma Windows e será lançado este ano a um preço de 189 euros, ressaltou.