A telefonia móvel tem motivos de sobra para comemorar 2011. Até o terceiro trimestre, as vendas mundiais dos smartphones totalizaram 440,5 milhões, de acordo com a consultoria Gartner. No Brasil, os últimos dados da empresa relativos ao primeiro semestre registram um aumento de 165%, quando comparados ao mesmo período de 2010. A representatividade desse segmento dobrou no Brasil, e as previsões para o futuro são ainda melhores. A companhia de pesquisa Juniper Research prevê que 1 bilhão de smartphones serão vendidos no mundo, 70% com telas touchscreen.
;O Brasil está vivenciando um crescimento econômico considerável. Grande parte da população não tinha acesso a produtos mais sofisticados e, agora, está disposta a gastar com aparatos tecnológicos. Além disso, os fabricantes estão mais maduros e investindo em aparelhos mais baratos e com características que melhoram a navegação. Quem também contribui com esse cenário são as operadoras, que chegaram no limite do lucro com as vendas e agora apostam em dados para fomentar a demanda;, explica Vincenzo Di Giorgio, presidente para América Latina da Onda Communication.
Tanto desejo por um telefone tem algumas explicações. A possibilidade ; que, às vezes, se torna necessidade ; de se manter conectado o tempo todo é uma delas. A Ericsson, fabricante de celulares, afirma que 900 milhões de pessoas no mundo vão assinar um serviço de banda larga móvel para smartphones até o fim do ano, e 5 bilhões vão contar com essa conectividade até 2016. No Brasil, pesquisa da Huawei, uma das maiores empresas de modems para banda larga móvel, revelou que 70% dos 1,1 mil entrevistados acessam a internet pelo smartphone. ;O ponto de partida para a explosão dos aparelhos inteligentes é o mundo digital em que vivemos. As pessoas querem estar conectadas, ter a internet no bolso a qualquer momento;, aponta George Dolce, diretor executivo de planejamento comercial da Vivo.
Soma-se à conectividade o surgimento das redes sociais. Segundo pesquisa feita pela empresa de mídia IDG, postar fotos, atualizações e vídeos em redes sociais é a principal atividade realizada por 78,3% dos entrevistados. Na América Latina, o uso dessas plataformas por meio dos celulares inteligentes é feito por 96% dos consultados, de acordo com a Pyramid Research. ;Havia um foco da utilização do smartphone como um instrumento de trabalho. Com a popularização do acesso à internet e das redes sociais, a mentalidade mudou. E isso tornou a interatividade ainda mais cômoda para os usuários;, ressalta Dolce.
As facilidades dos aplicativos também entram nessa lista. Daqueles mais úteis, como os GPS ou os que dão acesso a conta bancária, até os mais divertidos, como os que manipulam fotos. São mais de 600 mil programas na App Store da Apple, quase 500 mil no Android Market, e o recém-chegado Windows Phone já acumula 40 mil.
Futuro
Os aparelhos inteligentes também ganharam a fama de favoritos por substituir outros dispositivos para o usuário. A máquina fotográfica, por exemplo, já foi descartada de muitas bolsas, pois os smartphones apresentam resoluções que ultrapassam a barreira dos 8MP e ainda contam com recursos como establilizador de imagem e edição no próprio telefone.
E a evolução desses aparelhos não vai parar por aí. A chegada da computação em nuvem traz um novo fôlego para os smartphones, que agora contam com a possibilidade de compartilhar o mesmo arquivo simultaneamente ; desde que conectado à rede wi-fi ; com o computador e o tablet sem precisar do cabo. Por dentro, os aparelhos ainda devem ganhar capacidades de processamento e armazenamento superiores à dos tradicionais desktops. ;Não é preciso mais carregar fotos ou arquivos no seu smartphone, basta conectar remotamente e pronto;, explica Dolce.
;Os smartphones vão ficar mais finos, mais possantes, com maior duração de bateria, melhor resolução da tela;, afirma Dolce. Na área da conectividade, os aparelhos ainda vão ganhar a ajuda das conexões de alta velocidade, conhecidas popularmente por 4G, que vão dar um impulso para que os celulares fiquem cada vez mais inteligentes.