Em fevereiro de 2004, quatro estudantes da Universidade de Harvard (EUA) resolveram colocar no ar uma rede social. O site já nascia grande, tanto que o líder do grupo, Mark Zuckerberg, declarou na época: ;Nós vamos mudar a forma de se comunicar na internet;. Ele estava certo, o Facebook deixou de ser um projeto ambicioso e virou realidade na rede mundial de computadores, conectando mais de 500 milhões de usuários. É verdade que o Facebook é mais popular nos países europeus e nos Estados Unidos. Porém, gradativamente, a ferramenta começa a ameaçar o reinado do Orkut no Brasil. Para se ter uma ideia, segundo dados do Ibope Net Ratings, o número de usuários do Facebook cresceu 102% no país entre setembro de 2009 e maio de 2010. Enquanto o rival teve um aumento de apenas 3,5% no mesmo período. A queda do Orkut parece ser definitiva. De acordo com a consultoria ComScore, 50% dos usuários da rede social do Google confirmaram redução no acesso ao site no último ano.
Todo esse sucesso da rede pode ser justificado por alguns motivos. Um deles é a capilaridade do Facebook que já está presente em quase todos os países do mundo. Isso possibilita conexão com um maior número de culturas. Outro diferencial em relação às demais redes sociais é a variedade de funções: compartilhamento e o armazenamento de áudio, vídeo, imagens e texto, grupos de discussão, jogos, organização de eventos e aplicativos. Trata-se de um ambiente completo, no qual o usuário pode passar horas a fio, conectado a meio bilhão de pessoas. Além disso, existe a integração com outros sites, como o Twitter e o YouTube ; bastante populares no Brasil.
Dessa forma, os usuários podem compartilhar seus comentários e seus vídeos diretamente dos sites originais. Essa funcionalidade permitiu um crescimento vertiginosos de ;sucessos da internet; ; o mais recente foi a jovem Rebecca Black, que em uma semana conseguiu mais de 15 milhões de acessos. Em relação ao Twitter, é corriqueiro que posts em 140 caracteres sejam reproduzidos automaticamente no feed de notícia do usuário, aumentando a visibilidade do comentário.
Outro sucesso ; talvez o principal ; do Facebook é o botão ;curtir;. A ideia é simples e bem sucedida: o usuário que gostar de algum vídeo, foto, link ou comentário de outra pessoa pode expressar isso utilizando a funcionalidade. O sucesso é tão marcante que, durante micaretas e carnavais, é possível ver diversas placas escritas ;eu curti; ou ;fulano de tal curtiu isso;. Atualmente, os usuários clamam por uma espécie de unlike button (não gostei, em português).
No quesito compartilhamento de fotos, o Facebook não faz feio. Nos Estados Unidos, a rede social tem uma média de 60 milhões de imagens novas por semana, superando o antigo primeiro colocado Flickr.
Terreno fértil
Os aplicativos fazem muito sucesso no Facebook, dos mais variados tipos. Jogos como Farmville ou Mafia wars (programas que testam conhecimentos sobre cinema, teatro), além de softwares de informações noticiosas; tudo pode ser encontrado nesse universo. Não é à toa que a rede de Zuckerberg também é um mercado rentável para programadores.
Investir na rede social pode ser uma excelente vitrine para divulgar os trabalhos. O curitibano Rafael Zanoni, 25 anos, por exemplo, criou um aplicativo que permite aos usuários do Orkut migrarem para a rede social de Mark Zuckerberg. ;Com a queda do Orkut, o pessoal está passando cada vez mais rápido para o Facebook. A visibilidade é muito maior, pois é uma rede global e não somente limitada ao Brasil;, explicou.
Para o programador, o Facebook é uma rede social muito melhor para os desenvolvedores de aplicativos. ;A plataforma do Facebook oferece muito mais recursos e, consequentemente, mais possibilidades de criação que as outras redes sociais;, ressalta Zanoni.