Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Com novas armas, sequência do game de terror espacial traz mais ação

Quando a Electronic Arts decidiu criar a série Dead Space, não escondeu de ninguém que se inspirava em jogos como Resident Evil e filmes como O enigma do horizonte. O gênero de terror sempre foi um território complicado de percorrer, seja qual for a mídia e, há alguns anos, nenhuma produtora conseguia desenvolver um jogo satisfatório desse tipo. Com o lançamento do primeiro Dead Space, a Visceral Games trouxe o medo de volta aos consoles. E, para a sequência, a equipe de produção apresentou tudo em maior escala: ação, suspense e terror.

A EA não poupou esforços para construir um mundo que fosse crível e inserisse o jogador de uma maneira completa. Por isso, lançou, além dos dois principais jogos, duas animações e mais três outros jogos. Toda a história da exploração espacial humana e da descoberta de um artefato alienígena (Marker) que altera a mente humana e transforma cadáveres em monstros é contada de maneira cuidadosa e detalhada. Aquele que puder jogar e assistir a todas essas partes da história conseguirá entender melhor o que se passa em Dead Space 2, principalmente os desafios e os dilemas pessoais que o protagonista, Isaac Clarke, passa durante os episódios. No entanto, não é um pré-requisito, tendo em vista que o enredo do segundo jogo é coeso e não deixa pontas soltas.

A jornada começa eletrizante. Após acordar em uma clínica, resgatado por um tripulante, Clarke está atado a uma camisa de força, desarmado e desprotegido dos inúmeros alienígenas que aparecem no caminho. A partir desse momento, uma série de sustos e tiroteios acontecem, o que já mostra a diferença básica do segundo para o primeiro jogo: a ação. Quem navegou pelos corredores da nave Ishimura no primeiro episódio sentirá a diferença. Existem mais monstros, mais tiros e, consequentemente, mais correria. Mesmo com uma dose extra de ação, o jogo ainda consegue manter o suspense e terror no mesmo nível. O balanceamento entre esses dois gêneros faz de Dead Space 2 um exemplo para os games que virão daqui em diante.

Mais ação significa mais armas, e, portanto, outros jeitos de matar. Apesar das novidades no arsenal, o acréscimo mais interessante foi a possibilidade de usar praticamente tudo no ambiente para poder atacar os inimigos. Basta usar o Stasis, habilidade que agarra os objetos, que vassouras, rodos, corpos e lanças se tornam armas letais.

E o prestígio que a série alcançou não seria nada se não fosse pelos efeitos sonoros. Como em qualquer filme de terror que se preza, a atmosfera que envolve o jogador deve ser iniciada por uma trilha sonora que consiga transmitir todo medo e tensão que o momento necessita. Nesse quesito, Dead Space 2 é brilhante. Combinado com um sistema de som 5.1 e uma sala escura, irá proporcionar uma experiência única. Em boa parte da aventura, nenhuma música ou barulho é escutado, a não ser os passos de Isaac e os solitários gritos de monstros que estão prestes a aparecer.

Protagonista
Os corredores que tanto assustaram no primeiro jogo estão de volta, só que dessa vez com uma maior variedade de cenários. Em vez de uma enxurrada de paredes cinzas, portas de metal e cabines vazias, agora é possível explorar igrejas, escolas, hospitais e até minas subterrâneas. Outra mudança drástica é a aparição do rosto de Isaac. Enquanto no primeiro jogo o protagonista nem sequer falava, agora ele é o centro das atenções. Após entrar em contato com o Marker, Isaac enlouqueceu e tem alucinações. Trazer a história do personagem principal para mais perto do jogador e fazê-lo sentir as angústias de uma mente perturbada foi um acerto da produção.

Um enredo de primeira qualidade, jogabilidade criativa e um som arrebatador tornam Dead Space 2 um dos melhores títulos do início do ano e, provavelmente, um dos melhores do ano. Apesar de uma campanha curta ; aproximadamente 6 a 7 horas ; a intensidade com que tudo acontece não deixa o jogador descansar por nem sequer um instante. Ligar o videogame à noite com um home theater de primeira e jogar essa aventura sozinho é um desafio para poucos.

Produção: Electronic

Desenvolvimento: Visceral Games

Plataforma:
Xbox 360, Playstation 3 e PC

Número de jogadores:
1 (single-player) até
8 (multiplayer on-line)

Preço: R$ 199,90