Jornal Correio Braziliense

Tecnologia

Com 100 mil unidades em 2010, expectativa é que venda de tablets triplique

Os tablets chegaram mesmo para ficar. De acordo com um levantamento feito pela IDC, provedora global de inteligência de mercado, consultoria e eventos nos setores de tecnologia da informação e telecomunicações, o Brasil comercializou 100 mil tablets somente em 2010. ;O usuário se identificou e se adaptou bem a ele;, declara Luciano Crippa, coordenador de pesquisas da empresa.

O número inclui as vendas oficiais e o mercado cinza ; composto por consumidores que trouxeram o aparelho do exterior ou o importaram ilegalmente. Para o coordenador de pesquisas da IDC, o preço dos tablets no país foi fundamental para o sucesso do segmento. ;O valor estipulado, em torno dos R$ 1,6 mil, facilitou a adesão do público ao produto;, explica Luciano.

Sobre o perfil dos consumidores, a IDC aponta que os aficionados por tecnologia foram os principais responsáveis pelo resultado. De acordo com o estudo, o número de vendas poderia ter sido maior, mas ainda existem barreiras, como a falta de familiaridade por parte dos consumidores com o dispositivo e uma parcela de interessados que está analisando os modelos que serão lançados.

As iniciativas no setor corporativo, com destaque para a área educacional, também influenciaram as vendas em 2010. ;O segmento deverá ganhar ainda mais volume este ano, já que os tablets estão sendo usados como ferramenta em escolas e faculdades;, diz o coordenador.

A previsão é que este ano as vendas ultrapassem 300 mil unidades. Afinal, logo começarão a chegar ao Brasil os produtos apresentados agora no exterior, sem esquecer os lançamentos nacionais.

O concorrente
A expectativa é que os tablets concorram não somente em sua categoria, mas também com o mercado de netbooks. Os dispositivos ainda devem movimentar o segmento de PCs e smartphones, mas a princípio a IDC não prevê queda nas vendas desses dois segmentos.

Falando em vendas de PCs, o ano passado também foi bastante aquecido. Essa é a conclusão do estudo Brazil Quarterly PC Tracker, realizado pela companhia. O Brasil comercializou 13,7 milhões de computadores, passando a ocupar a quarta posição no ranking mundial dos países que mais vendem PCs. Desse total, 52,5% foram desktops e 47,5% notebooks. A venda de notebooks para usuários domésticos foi 30% maior do que a de desktops, comprovando a tendência de uso dos portáteis.

De acordo com Crippa, a influência dos tablets no mercado de PCs é certa. ;À medida que avaliamos o comportamento do segmento, notamos sinais de um novo cenário, que aponta cada vez mais para um crescimento maior do que havíamos projetado anteriormente;, explica. ;Definitivamente, o mercado de PCs será impactado pela venda de tablets, principalmente quando observarmos os netbooks. Basta olharmos para os produtos apresentados na Consumer Eletronic Shows e Mobile World Congress, eventos ocorridos neste primeiro bimestre;, conclui o gerente de pesquisas da IDC.