A fé dos assassinos, a irmandade secreta que luta para livrar a humanidade do domínio dos templários, se resume no seguinte mote: ;Nada é verdade, tudo é permitido;. A frase se aplica perfeitamente a Assassin;s Creed, série protagonizada por esse grupo. Com Assassin;s Creed: Brotherhood, os produtores da Ubisoft mostraram que vale tudo nessa milenar batalha, desde a invenção de reviravoltas cósmicas em uma aventura do século 15 até a inserção de um modo multiplayer que tinha tudo para não dar certo. Mas com uma condição: que seja bem feito.
Pela primeira vez na série, o game é continuação direta nas duas frentes da trama. O personagem principal, Desmond Miles, é pego no conflito entre as duas irmandades, e, para entrar na guilda dos assassinos, utiliza a Animus, uma máquina que faz você viver na pele de seus ancestrais. Além de contar a história de Desmond, Brotherhood segue com a saga de seu antepassado Ezio Auditore da Firenze, um nobre nascido na Itália Renascentista ; e o personagem que você controla na maior parte do jogo.
A trama parte exatamente do ponto onde o game anterior parou. Após derrotar o arqui-inimigo Rodrigo Borgia (o papa Alexandre VI), no Vaticano, Ezio vê seu vilarejo de Monteriggioni ser destruído pelo filho de Rodrigo, Cesare. Logo depois, o assassino viaja para Roma, onde acontece a maior parte da ação, intercalada por algumas seções com Desmond.
Apesar de Brotherhood se passar praticamente em Roma, seu tamanho rivaliza com o de todos os cenários do game anterior combinados. Além de o clássico esquema de missões principais ; algumas delas bem familiares com as de Assassin;s Creed II ;, a cidade oferece muito mais atividades extras que seu antecessor, indo além dos mistérios característicos da série, como tumbas escondidas, aparelhos engenhosos de Leonardo da Vinci e sinais esquisitos em algumas construções históricas.
Enquanto boa parte da história se concentra em enfrentar os Borgia, o que você fazia em Assassin;s Creed II foi concentrado na capital italiana, com algumas mudanças. Em vez de reconstruir uma pequena fortaleza em um local afastado, você pode usar seu dinheiro para renovar lojas e outros serviços espalhados entre os 12 distritos de Roma. Mas, para isso, precisará eliminar a influência dos Borgia no local, destruindo as torres de comando, cada uma em um dos distritos.
Mudanças
Brotherhood parece apenas um repeteco, o que é bom se você gostar da história. Sem mexer muito nessa fórmula vencedora, a Ubisoft preparou algumas mudanças que, além de interessantes, caíram muito bem para quebrar o já conhecido ritmo de seu antecessor. A principal delas é a habilidade de salvar cidadãos e transformá-los em assassinos. Por meio de menus, você pode aumentar as habilidades deles, mandando-os em missões ao redor da Europa.
Esses assassinos também lhe auxiliam durante uma batalha. Eles podem ser convocados, apertando-se um botão, para derrotar os inimigos que você estiver enfrentando. A opção dinamiza um pouco mais as batalhas, que antes podiam se tornar jogos de paciência. Outra novidade que agilizou os combates é a possibilidade de emendar uma sequência de golpes, após matar um de seus inimigos.
As irmandades de assassinos também caracterizam o modo multiplayer on-line, a inovação mais ousada de Brotherhood. Com exceção do Chest Capture, em que você captura tesouros, os modos de jogo são variações da seguinte regra: dentre um grupo de pessoas no mapa, você deve assassinar apenas um determinado jogador, enquanto é caçado por outro.
O modo multiplayer é, provavelmente, a maior prova de que Assassin;s Creed é uma das séries que mais inova atualmente ; e sem decepcionar. Embora repita muitos dos elementos de seu antecessor, Brotherhood traz coisas o bastante para se justificar como um dos melhores jogos do ano passado.
Produção: Ubisoft
Desenvolvimento: Ubisoft Montreal
Plataforma: Xbox 360, PlayStation 3 e PC
Número de jogadores: 1 (single-player) até 8 (multiplayer on-line)
Preço: R$ 199,90